domingo, 15 de outubro de 2017

Ilhéus realiza a I caminhada pela paz e contra a intolerância


Religiões de matriz africanas, cristãos católicos, espíritas,  Índios, negros, mulatos, pardos e brancos participaram da caminhada pela paz e contra a intolerância religiosa. Todos os seguimentos religiosas presentes fizeram um pedido uníssono: paz! A caminhada foi promovida pelos Povos de Terreiros de Ilhéus reuniu centenas de pessoas pelas ruas do bairro do Malhado, na zona norte de Ilhéus, no último domingo(15).

No discurso de Mãe Carmosina, maior liderança local do candomblé, o mesmo sentimento do discurso do bispo diocesano de Ilhéus, dom Mauro Montagnolli, também presente ao encontro. O combate à intolerância religiosa deve ser a luta de todos, todos os dias, para a construção de uma sociedade que saiba aceitar as diferenças.
“Nós não devemos apenas ser tolerantes. O que precisamos é de respeito, de entender a opção do outro”, disse Carmosina.
Juntos o povo Tupinambá, povos de Terreiro abraçados aos padres e freis franciscanos. Integrantes da Defensoria Pública ratificaram a causa, denunciando que todos os dias chegam à instituição casos de intolerância religiosa e de desrespeito ao outro.
Para o vice-prefeito, José Nazal, “a construção de uma Ilhéus mais cidadã passa por encontros como este, onde o respeito às diferenças pode ser visto como maior símbolo da paz”. Na Bahia, diversas pessoas são agredidas, excluídas ou desrespeitadas por conta da religião, credo, culto ou práticas litúrgicas que escolheram seguir. São ocorrências cujo crime é previsto no artigo 208 no Código Penal Brasileiro.
Em setembro, o município de Ilhéus aderiu ao Fórum Estadual Permanente de Combate a Intolerância Racial. Para as autoridades baianas, a cidade tem um papel estratégico de integrar as ações de infraestrutura com direitos humanos para os segmentos tradicionais. Isso permite priorizar recursos assegurados pelo Estatuto de Promoção da igualdade Racial, lei estadual que faz a previsão dos direitos e das áreas prioritárias para atuação.
O objetivo do movimento é de fortalecer a luta, promovendo a unicidade, podendo discutir junto o racismo institucional. Trata-se da construção dos alicerces de um debate amplo, senão cria exclusão e divisões dentro de um setor que precisa unir forças para o enfrentamento de sobrevivência, garantias de direito e de espaço na sociedade.
Com a adesão Ilhéus passou a ter duas representações com direito a voz e voto no Fórum Estadual Permanente de Combate a Intolerância Racial. Uma das representações será da Prefeitura. A outra deverá ser democraticamente escolhida pelo setor e por suas lideranças.

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