segunda-feira, 9 de março de 2015

Panelaço deixa expectativa de manifestações pró e contra Dilma

O temor é que as manifestações se transformem em atos de pancadaria, mesmo tendo sido marcadas para dias distintos

Paulo de Tarso Lyra /Correio Braziliense - A crise política que fermenta nos corredores de Brasília tomará as ruas nesta semana em duas manifestações marcadas por governistas e oposicionistas. Na sexta-feira (13/3), convocados pela Central Única dos Trabalhadores, sindicalistas e representantes dos movimentos sociais protestarão em defesa da Petrobras, contra o arrocho econômico, em defesa do governo e da reforma política pregada pelo PT. No domingo (15/3), será a vez dos oposicionistas, críticos da presidente Dilma Rousseff, dos escândalos de corrupção, sobretudo o da Petrobras mostrarem a insatisfação quanto ao atual quadro político nacional. Nesse grupo, incluem-se aqueles defensores do impeachment de Dilma. Na noite do último domingo (15/3), pronunciamento da presidente Dilma em cadeia nacional de rádio e TV gerou reação com panelaço em várias cidades; veja os vídeos.

Com os ânimos açulados pelas declarações de parte a parte, o temor é que as manifestações se transformem em atos de pancadaria, mesmo tendo sido marcadas para dias distintos. O movimento das oposições, que até o momento teria confirmado a presença de cerca de 1 milhão de pessoas, foi marcado com uma maior antecedência. A convocação feita pela CUT é mais recente e serviu como um contraponto à pressão exercida pelos críticos de Dilma.
Nesse meio termo, durante evento em defesa da Petrobras, no Rio, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou o “exército do MST” para ajudar na briga contra a oposição. “Coincidência ou não, depois de um tempo quietinhos, os sem-terra invadiram uma fazenda no Paraná e destruíram 14 anos de pesquisa genética”, assustou-se um militante petista. “Eu espero, sinceramente, que o exército do Stédile não atenda à convocação de Lula”, completou o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).
A dúvida entre os organizadores de parte a parte é que manifestantes estarão nas ruas. Ainda está presente na cabeça dos brasileiros os protestos de junho de 2013, quando pessoas de diversas classes sociais foram às ruas, inicialmente para reclamar do aumento na tarifa de ônibus e, posteriormente, com uma pauta bem mais diversificada. De lá para cá, as passeatas diminuíram em quantidade de pessoas e aumentaram em violência, graças à presença dos black blocs.
No Planalto, a expectativa é grande, embora os colaboradores dilmistas não queiram passar recibo exagerado sobre os riscos do movimento contra a presidente. Confidencialmente, eles admitem que o 15 de março será um instante de inflexão. A mais recente pesquisa de opinião mostrou que a popularidade de Dilma despencou para pouco mais dos 20% de aprovação — a metade que tinha às vésperas das eleições.

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