sexta-feira, 13 de junho de 2014

Dilma é xingada por torcedores após abertura da Copa no Itaquerão



Ao lado de Joseph Blatter, presidente da Fifa, Dilma acompanhou abertura do Mundial Foto: WILLIAM VOLCOV / BRAZIL PHOTO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Logo após o término da cerimônia de abertura da Copa do Mundo, a presidente Dilma Rousseff foi xingada por uma parte dos torcedores presentes nas arquibancadas do Itaquerão, estádio na capital paulista que recebeu o jogo entre Brasil e Croácia nesta quinta-feira. 
Temendo vaias do público, assim como aconteceu na abertura da Copa das Confederações, no ano passado, em Brasília, Dilma evitou fazer um discurso ou mesmo um pronunciamento oficial para declarar a abertura da Copa do Mundo. Mesmo assim, ela não escapou das críticas dos torcedores nesta quinta-feira no Itaquerão.
Assim que acabou a cerimônia artística no gramado do Itaquerão, torcedores puxaram um coro com xingamentos a Dilma, que ganhou força nas arquibancadas. O grito se confundiu com ofensas à Fifa.
O coro maciço tomou conta do estádio por cerca de três minutos, até que parte das arquibancadas entoou novo grito, o tradicional "Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor", que abafou as ofensas.
Dilma chegou ao estádio por volta das 14h45, de forma discreta, junto com o presidente da Fifa, Joseph Blatter. E, ao lado de outros chefes de Estado, assistiu ao jogo entre Brasil e Croácia das tribunas do Itaquerão.
Em mensagem antes do início da Copa do Mundo divulgada no estádio do Itaquerão, a presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e o presidente da FIFA, Joseph S. Blatter, aproveitaram para pedir aos governos, à sociedade civil, à comunidade do futebol, aos participantes e torcedores que reafirmem a importância de promover a paz e combater todas as formas de discriminação durante e após os eventos da Copa do Mundo. 
Com reforço na "vitória não só no esporte, mas na vitória da paz", a mensagem comunica que a Fifa, a ONU e o Brasil "querem dividir uma mensagem pela paz, tolerância e respeito pelos direitos humanos". Além disso, o comunicado pede para que "todos juntem as vozes para lutar contra todas as formas de discriminação".
A mensagem ressalta também o poder que o esporte tem o poder de unir pessoas de todas as esferas e origens sociais. Para finalizar, a Fifa sem compromete "a promover nesta Copa do Mundo e além dela" os valores universais, "sempre a favor do respeito mútuo, independente de gênero, raça, origem étnica, orientação sexual, religião ou classe. 
Para a Fifa, a popularidade do futebol em particular é o veículo no qual importantes valores e mensagens de paz e igualdade podem ser difundidas e ajudar a fazer a diferença na sociedade atual. 

Tradição quebrada

A presidente Dilma quebrou uma tradição de pelo menos 20 anos ao não discursar nesta quinta-feira, na abertura da Copa do Mundo. Temendo vaias, ela evitou os microfones e teve o seu pronunciamento substituído por uma cerimônia pela paz, no centro do gramado do estádio Itaquerão, antes do início do jogo entre Brasil e Croácia, em São Paulo.
Dilma Rousseff nem mesmo fez a declaração protocolar anunciando o início do Mundial. Em seu lugar, o locutor do estádio, responsável por anunciar escalações e trocas de jogadores durante a partida, fez o anúncio: "Declaramos aberta a Copa do Mundo".
A declaração aconteceu segundos depois que três crianças vestidas de branco soltaram três pombas no centro do gramado, enquanto jogadores das duas seleções faziam um círculo. O pedido por paz e pelo fim da discriminação foi reforçado por imagens nos dois telões do estádio.
Apesar da mudança no protocolo da abertura, Dilma Rousseff não escapou das vaias. Ela recebeu apupos momentos antes do lançamento das três pombas, quando os telões exibiram a sua imagem nas tribunas, vestindo um terninho verde com detalhes em amarelo. Ela estava ao lado do presidente da Fifa, Joseph Blatter.

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