Palestra reforça o valor da cooperação para se destacar na economia

Aprender a gostar do que faz é fundamental para obter sucesso na vida. É o que acredita o professor e administrador de empresas, José da Paz Cury, há 44 anos percorrendo o Brasil e levando informações sobre o desenvolvimento empresarial e humano. Ele foi palestrante, em Itabuna, na noite desta segunda-feira, 19, do tema “Cooperação & A gestão Profissional”, que reuniu no auditório do Hotel Tarik representantes de entidades, empresários e trabalhadores do comércio da região.

A palestra teve como objetivo principal possibilitar ao participante uma análise e reflexão de como ampliar e conquistar mercados por meio da união empresarial. “Se as pessoas não forem protagonistas, nada faz sentido”, disse Cury para uma plateia estimada em 200 pessoas. “Por isso, nunca fale que não tem jeito. Tem sim. Basta colocar o foco na realização e não na derrota”, garantiu.

Ao apresentar o palestrante da noite, a gerente regional do Sebrae Ilhéus, Claudiana Figueiredo, lembrou que o encontro reunia uma parcela importante da sociedade, responsável pela movimentação de 99% da economia nacional e de 60% da mão de obra brasileira: empreendedores de micro e pequenos negócios. “Não há mesmo outra alternativa de fazermos uma revolução socioeconômica se não for através do trabalho e da atitude positiva do pequeno negócio que movimenta o Brasil”, afirmou.

Setor organizado e forte

No encontro, também foi apresentado aos participantes uma história de sucesso local, que tem a cooperação como foco. A Redemec é uma associação de negócios que reúne 12 pequenos supermercados de bairros de Itabuna. Surgiu em 2002, com a fundação do núcleo setorial do Projeto Empreender, desenvolvido pelo Sebrae e Associação Comercial de Itabuna. A necessidade ocorreu a partir do surgimento e da ocupação de grandes redes de supermercados na cidade. “Era preciso garantir a sobrevivência dos pequenos e o emprego de dezenas de funcionários no mercado formal”, explicou Cristiano Lima, expositor do exemplo empresarial.

Partindo da ideia de que em grupo se tornariam muito mais fortes, eles passaram a fazer negócios em comum, compras em conjunto, campanhas publicitárias específicas, padronização uniformes e de fachadas de lojas, entre outras ações. Hoje, os mercadinhos que compõem a Redemec atuam em 35 bairros de Itabuna, têm um faturamento mensal de R$ 2,5 milhões – o que representa um aumento médio de faturamento das lojas em torno de 85% de 2006 a 2013 –, um crescimento de 60% no número de empregos diretos e uma redução dos custos na aquisição de mercadorias de aproximadamente 14%. 

Com cursos de qualificação, missões empresariais e rodadas de negócios patrocinadas pelo Sebrae por todo o Brasil, a Redemec conseguiu competitividade nos preços, concorrendo em condições de igualdade com as grandes redes.

Cultura da cooperação

O exemplo da Redemec reúne todas as características defendidas por José da Paz Cury. Ao traçar as profundas mudanças ocorridas na economia nacional e na vida das pessoas nos últimos anos, o palestrante destacou que 2,7 milhões de brasileiros, entre 2010 e 2011, deixaram as classes D e E e passaram a integrar a Classe C. Segundo ele, o país vive um momento onde a economia deve ser estimulada a partir da cultura da cooperação, com empresários deixando de lado o individualismo para investir em um pacto coletivo. Além destas informações, Cury enumerou ainda as condições primordiais para obter os resultados planejados. “Conhecimento, através do saber; habilidades, através do saber fazer, e atitude”.

Para ele, é preciso entender que o ser humano vive novos tempos, novos cenários e, portanto, é importante saber encontrar novas soluções. “É preciso ter competências para ser produtivo, habilidade para lidar com as pessoas, postura adequada para formar redes empresariais e entender que através da cooperação serão obtidos valores e crenças para o sucesso nos negócios”, detalhou.

A palestra de José da Paz Cury, em Itabuna, foi uma realização conjunta do Sebrae e da Secretaria Estadual de Indústria, Comércio e Mineração (Sicm).