quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Pizzolato falsificava documentos de irmão morto desde 2007


Pizzolato usava documento falsificado com dados do irmão (Foto: Divulgação)

O ex-diretor do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, condenado no julgamento do mensalão, tinha um plano de fuga desde 2007, quando começou a falsificar vários documentos do próprio irmãos, Celso, que morreu há 35 anos. Foi com este passaporte em nome do irmão que ele conseguiu fugir do país, dois meses antes do Supremo Tribunal Federal expedir pedido de prisão contra ele. Ele foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão.

Pizzolato foi preso na manhã da quarta-feira (5) na casa de um sobrinho na pequena cidade italiana de Maranello. Ele estava no local acompanhado da mulher, Andrea Eunice Haas. Na fuga, ele ainda passou pela Argentina e pela Espanha. Pizzolato foi condenado em 2012 e teve mandado de prisão expedido em 2013. O Brasil vai pedir a extradição do ex-diretor.
A Polícia Federal explicou que além de ter um passaporte italiano com nome de Celso, Pizzolato falsificou RG, CPF e título eleitor do irmão em 2007, em Santa Catarina. A fuga começou em terras catarinenses, segundo a PF. Ele deixou o Brasil a partir da cidade de Dionísio Cerqueira, percorrendo 1.300 quilômetros até Buenos Aires. Em 12 de setembro, ele voou para Barcelona - a passagem foi comprada pela mulher.
A PF ainda não sabe se ele entrou na Itália por céu ou terra. Em 14 de setembro, Pizzolato já estava na Itália. Lá, informou à polícia que tinha perdido documentos. "Não havia nenhum registro de entrada de Henrique Pizzolato em nenhum lugar do mundo. Faltava essa peça para fechar o quebra cabeça", disse o delegado Luiz Cravo Dórea, coordenador-geral de cooperação internacional da PF, segundo a Folha Online.
Autoridades italianas informaram que Celso Pizzolato pediu a mudança de status para cidadão residente no ano passado. Celso morreu em um acidente de carro no Paraná há 35 anos. A PF localizou o túmulo dele no interior de Santa Catarina. A PF então cruzou informações de entrada e saída do ex-diretor na Argentina, onde ele fez coleta de digitais ao entrar, usando o passaporte falso, em 2010. Comparou as digitais também com a carteira de identidade dele e a falsa do irmão e comprovou que uma mesma pessoa estava usando todos.

A PF também descobriu que um carro em nome da mulher de Pizzolato estava na cidade de Maranello - um Punto com placa da Espanha, país onde ela estava antes da fuga do marido. Em 2010, o casal pediu visto para morar na Espanha e por isso o país também fez parte da investigação.
Pizzolato estava na casa do sobrinho Fernando Grando, funcionário da Ferrari em Maranello.
Prisão
Na casa, a polícia percebeu a saída dos moradores conhecidos, que deixaram a porta aberta, e desconfiaram que havia mais gente no local: eram Pizzolato e a mulher. A princípio, ele se identificou como Celso, mas acabou assumindo ser Henrique. Foram encontrados na casa 15 mil euros.
Conseguiram tirar as pessoas de dentro da casa: Pizzolato e a mulher. Inicialmente, ele se identificou como Celso. Interrogado, contudo, admitiu ser Henrique. No local foram localizados 15 mil euros.
Pizzolato não foi preso por uso de documento falso, mas deve responder pelo crime na Itália.

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