terça-feira, 12 de novembro de 2013

Para delegado a morte do menino Joaquim Ponte Marques pode ter sido premeditada


Mãe e padrasto são suspeitos de crime e estão presos desde domingo (10). Justiça concede quebra de sigilo telefônico da família de Joaquim
Longo e Natália, considerados suspeitos da morte do menino Joaquim (Foto: Reprodução/EPTV)
A Justiça concedeu a quebra de sigilo telefônico da mãe e do padrasto do menino Joaquim Ponte Marques, de 3 anos e também de pessoas próximas ao casal, para obter informações que podem ajudar na investigação sobre a morte do garoto. A informação foi confirmada pelo delegado Paulo Henrique Martins de Castro, responsável pelo caso, na manhã desta terça-feira (12), durante coletiva de imprensa na Delegacia de Investigações Gerais (DIG), de Ribeirão Preto (SP). A autorização foi expedida pela 2ª Vara do Júri e de Execuções Criminais e assinada pela juíza Isabel Cristina Alonso dos Santos. “Assim que as operadoras fornecerem as escutas, nós iremos confrontar o que foi dito com outras provas”, informou o delegado.
Castro também afirmou que conseguiu obter novas imagens de câmeras de segurança que mostram o pai do padrasto de Joaquim, Dimas Longo, saindo de carro durante a madrugada da terça-feira, 5 de novembro, data em que foi comunicado o desaparecimento do menino de 3 anos. “Vamos averiguar em que situação e porquê ele saiu para poder esclarecer alguns fatos”, afirmou Castro. O delegado quer saber qual foi a motivação do crime e se, de fato, ele foi premeditado. “Ainda é uma incógnita, porém há indícios de que o crime tenha sido previamente previsto”, disse.
Ainda nesta terça-feira, o padrasto, Guilherme Longo, apontado como principal suspeito da morte de Joaquim, deve prestar seu primeiro depoimento, após ser preso. “Ontem a Natália revelou alguns fatos importantes para investigação e hoje, provavelmente, durante a tarde o Guilherme deve ser ouvido novamente. Mas dificilmente ele virá para a DIG”, disse o delegado, e acrescentou que deve ouvir o padrasto de Joaquim na prisão. O local não foi divulgado.
A mãe de Joaquim, a psicóloga Natália Ponte, falou por duas vezes à polícia, depois que o corpo de menino foi encontrado, no Rio Pardo, na manhã de domingo, em Barretos. Natália passou a revelar detalhes que não havia informado à polícia, até então. "Depois de ver o corpo do menino, ela entrou em choque e chorou. Acreditamos que o fato deles [Natália e Guilherme] terem sido presos, também ajudou para que ela passasse a colaborar e fonecer novas informações", disse o delegado Paulo Henrique Martins de Castro.
Investigação
O corpo de Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, foi enterrado na tarde desta segunda-feira (11), no cemitério municipal de São Joaquim da Barra (SP), cidade da família da mãe. Ele foi encontrado no domingo (10), boiando no Rio Pardo, em Barretos (SP), a 121 km da casa da família em Ribeirão Preto (SP), de onde ele havia desaparecido, na madrugada de terça-feira (5).
Centenas de pessoas acompanharam o velório e o enterro e pediram "justiça". Além do pai de Joaquim, o produtor de eventos Arthur Paes, familiares da mãe do garoto também participaram da cerimônia. Natália e Longo, presos desde domingo, não foram autorizados a participar do sepultamento.
Em novo depoimento após a prisão, Natália Ponte afirmou à polícia que Longo teria tentado se matar no domingo (3), dois dias antes do desaparecimento do garoto, aplicando em si mesmo a insulina que era utilizada no tratamento do enteado, que sofria de diabetes.
Para o promotor de Justiça, Marcus Túlio Nicolino, a afirmação demonstra que Joaquim pode ter sido morto por superdosagem do medicamento no sangue. Isso porque, Natália conta que o padrasto teria mentido quanto à dose que usou na tentativa de se matar. Primeiro, Longo contou ter aplicado duas unidades da substância em si mesmo. Entretanto, após a mãe entregar à polícia os medicamentos e o aparelho usado na aplicação, que estavam na casa da família, o marido teria contado outra versão, afirmando “ter feito uma autoaplicação de 30 unidades de insulina.”
Natália também afirmou que estava sendo ameaçada de morte por Longo porque queria se separar dele, já que ele havia voltado a usar cocaína. O casal, segundo o promotor, brigava com frequência porque Longo tinha ciúmes de Joaquim. Durante uma dessas discussões, ele chegou a dizer que jogaria o filho do casal, um bebê de 4 meses, contra a parede

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