sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Câmara, um poder corrupto e apodrecido

por Samuel Celestino - De pouco adianta o PSDB e o PPS acionar o Supremo Tribunal Federal para pedir a anulação da sessão que referendou o mandato enlameado e corrompido do prisioneiro da Papuda, deputado Donadon, integrante de uma Câmara dos Deputados entulhada de canalhas que, juntamente com o Senado de Renan Calheiros, forma o que de mais podre existe nesta República tropical. A Câmara é um amontoado de corruptos, com as exceções de praxe, daí porque reuniu maioria suficiente para salvar o mandato do colega condenado a 13 anos de prisão. Dificilmente o STF acatará o pedido porque a sua parte ele já fez e, na primeira etapa do julgamento do mensalão, muito se discutiu sobre a cassação dos parlamentares condenados. A Câmara tomou posição contrária à pretensão da corte e disse que a questão competia a ela decidir, e não ao Supremo. O ministro Marco Aurélio, em pronunciamento curto sobre o caso Donadon, riu da Câmara e afirmou que uma condenação determina, de imediato, a suspensão dos direitos políticos do condenado. A situação da Câmara dos Deputados chegou ao extremo da safadeza e desrespeito à cidadania. Não surpreende. Agora, diante da repercussão negativa, justo quando os movimentos das ruas dela exigia seriedade e mudanças imediatas na forma de agir, passou a prometer medidas rápidas para colocar um ponto final no voto secreto, isso já na próxima semana. Coisa nenhuma. De há muito se discute o fim do voto secreto para que a população acompanhe o procedimento e a atuação dos seus parlamentares e representantes. O projeto rolou pelas gavetas e nunca entrou em pauta. A Câmara está envolvida no medo de que haja, nas próximas eleições – e isso deve ser feito – uma varredura para a mudança de grande parte dos seus atuais integrantes, embora seja impossível vassourar todos os corruptos. Se atingir a Câmara, atingirá também o Senado, que será renovado em um terço. O Congresso Nacional é uma vergonha, uma excrescência, um poder apodrecido ao longo do tempo, mal cheiroso, sem ética e sem moral. É o um dos poucos, senão o único colegiado legislativo que tem uma “excelência” tão ou mais criminosa dos que seus pares (da Papuda) a ser chamado de “nobre prisioneiro”.

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