quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Comerciantes buscam soluções empresariais para revitalizar espaço gastronômico

Comunidade do litoral sul de Ilhéus aposta em cursos de qualificação e um novo conceito para área de lazer de um dos bairros mais populosos do município.
Vendedores ambulantes e donos de bares do bairro Hernani Sá, onde moram 10 mil habitantes da zona sul de Ilhéus, apostam na parceria com o Sebrae para revitalizar a Praça de Alimentação da localidade. O espaço começou a funcionar em 2004 e hoje abriga 10 quiosques onde são servidos desde churrasquinhos em espetos a sorvetes de fabricação caseira. Nos finais de semana chega a reunir uma média de mil pessoas por noite. O projeto de revitalização esteve na pauta de um encontro promovido na segunda-feira, 25, às 19h30, pela Associação de Moradores do bairro com a coordenadora regional da entidade, Claudiana Figueiredo. 
A associação quer dar à praça e ao seu entorno o conceito de área gastronômica frequentada não apenas pelos moradores do bairro, mas como sendo um ponto de encontro de toda a cidade. O presidente, Odailson Lélis, diz que funcionam no entorno da praça cerca de 70 estabelecimentos que trabalham com a manipulação de alimentos. A associação mantém um calendário de atividades socioculturais no local para garantir a permanente circulação de pessoas, mas, segundo ele, é possível melhorar muito com a ajuda do Sebrae. 
Além da participação na revitalização da área, o Sebrae também colocou à disposição da comunidade projetos de qualificação dos trabalhadores, cursos de manipulação de alimentos, bem como oficinas e palestras sobre como fazer o negócio ficar ainda mais rentável. “Precisamos olhar longe, onde queremos chegar. Para isso, precisamos saber com clareza onde estamos. Por isso é preciso que, primeiramente, vocês discutam o que pensam sobre o que querem ver aqui. Este processo de crescimento será uma construção conjunta, o Sebrae e a comunidade”, assegurou Claudiana.
“A praça é uma conquista da comunidade. É um espaço de geração de emprego e renda”,reforça o vereador de Ilhéus, Gildeon Farias dos Santos, o Dero, morador do bairro. José Reis, também morador do Hernani Sá há 25 anos e frequentador assíduo dolocal, garante que ao longo do tempo o projeto original foi se perdendo. Os pequenos empresários - lembra Reis - começaram a achar que precisavam apresentar um modelo para atrair turistas e terminaram esquecendo um pouco do público interno. “Navio vem e volta. É preciso lembrar com mais respeito dos que ficam o ano inteiro aqui”, opinou.
Gestora do Ponto de Atendimento do Sebrae em Ilhéus, Cláudia Iglesias, destaca que se houver determinação do grupo, é possível que o Sebrae disponibilize os cursos e oficinas até à própria comunidade, de acordo com as necessidades de horário dos empresários e trabalhadores dos quiosques. A sede da associação fica ao lado da praça e esta proximidade deverá estimular um número grande de participantes.“Para nós não há problema. Se houver público, estaremos aqui”, garantiu Iglesias, destacando que a missão do Sebrae será fazer com que a cidade se interesse pelos produtos do Hernani Sá. “Espetinhos a gente tem em todos os pontos de Ilhéus. É preciso que o produto daqui tenha uma marca de qualidade que faça a cidade vir até vocês”, exemplificou.
Há cinco anos, Elvidina Cardoso mantém um quisoque na área. É um dos mais visitados. O churrasquinho no espeto é sua especialidade. Por falta de um público expressivo durante a semana, ela só abre o seu estabelecimento às sextas-feiras, sábados e domingos à noite. Vende cerca de 500 espetos de carne, mas diz que não se sente satisfeita com o resultado. “Não posso pensar que isso aqui vai dar certo apenas com o meu movimento. Quando vejo meu quiosque cheio e o da vizinha sem cliente, sinto que meu tempo aqui tem prazo. Para ser algo mais permanente é preciso que seja bom para todos”, revela.
Trabalhando no entorno da praça há 14 anos, José Luiz da Silva, de 47 anos, o ”Luiz do Abará”, é um dos mais entusiasmados com a chegada do Sebrae. “Quando começamos mesmo?”, perguntou após a reunião. Ele vende, por semana, uma média de 400 unidades do produto. Um trabalho feito por ele e a esposa. “Quero ver esse local aqui mais movimentado, com mais vida e eu tendo a oportunidade de ver o meu negócio crescer”, disse cheio de entusiasmo à coordenadora do Sebrae.

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