sexta-feira, 13 de julho de 2012

Petrobras: diesel subirá 4% na bomba a partir de segunda-feira

RAMONA ORDOÑEZ - RIO e BRASÍLIA — Aproveitando o momento de menor pressão inflacionária, a presidente Dilma Rousseff autorizou a Petrobras a reajustar os preços de venda do óleo diesel em 6% em suas refinarias a partir do próximo dia 16. As distribuidoras estimam que o aumento médio nas bombas será de 4% no Rio e de 4,6% em São Paulo.
No dia 5 do mês passado, o governo tinha aprovado um reajuste de 7,83% para a gasolina e de 3,94% para o diesel, mas zerou a Cide, uma taxa que incide sobre os dois combustíveis, para que a alta não se refletisse nos preços de venda e na inflação.
Esta é a primeira vez desde maio de 2008 que o aumento de preços do diesel nas refinarias será repassado para os preços finais aos consumidores. Em junho de 2009, os preços da gasolina e do diesel foram reduzidos, em 4,5% nas refinarias. No dia 1 de novembro do ano passado a gasolina foi reajustada em 10% e o diesel, em 2% nas refinarias, mas também naquele momento o governo usou a Cide para segurar o repasse.

O presidente do Sindicado das Empresas Distribuidoras de Combustíveis (Sindicom), Alísio Vaz, afirmou que o reajuste anunciado no início da noite de ontem pegou o mercado de surpresa. Vaz disse estar preocupado com o anúncio feito com tanta antecedência, o que poderá provocar uma corrida aos postos — e estes iriam às distribuidoras por mais combustível:
— O anúncio com tanta antecedência poderá provocar alguns problemas para as distribuidoras administrarem seus estoques. Os pedidos vão aumentar, e as empresas não têm como comprar maiores volumes da Petrobras, além do limite da infraestrutura.
Medida deve provocar reflexos nos custos do transporte
O aumento nos preços do diesel terá forte reflexo nos custos dos transportes rodoviários, como em ônibus e em veículos de carga. Em 12 meses, o combustível acumula inflação de 1,48%, sendo que o acumulado somente neste ano é de 1,25%. A variação está abaixo dos 4,92% do IPCA do IBGE. Em junho, os preços recuaram 0,04%, após alta de 0,5% em maio.
Segundo fontes, a presidente Dilma Rousseff estaria tentando melhorar o caixa da Petrobras. De acordo com cálculos do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), a gasolina brasileira está com 14% de defasagem em relação aos preços cobrados no mercado internacional. No diesel, a diferença é de 23%.
Em comunicado, a Petrobras destacou que o preço do diesel sobre o qual incide o reajuste anunciado não inclui os tributos federais (PIS/Cofins e Cide) e estadual (ICMS), além de margens de distribuição e revenda.
“Esse reajuste foi definido levando em consideração a política de preços da Companhia, que busca alinhar o preço dos derivados aos valores praticados no mercado internacional em uma perspectiva de médio e longo prazo”, informou a empresa, no comunicado.

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