sexta-feira, 15 de junho de 2012

Diário da CNBB

REFLEXÃO
Todas as pessoas costumam falar em justiça ,mas para a maioria delas o fundamento dessa justiça são princípios e valores humanos, principalmente o que está escrito nas leis. Para nós cristãos, esse critério não é suficiente para entendermos verdadeiramente o que é justiça. Não é suficiente em primeiro lugar porque nem tudo o que é legal, é justo ou moral, como por exemplo a legalização do divórcio, do aborto ou da eutanásia. Também devemos levar em consideração que todas as pessoas, embora sejam seres naturais, possuem um dom de Deus que faz delas superiores à natureza, participantes da vida divina, e como Deus é amor, o amor é, para quem crê, o único e verdadeiro critério da justiça.
NOTÍCIAS
Procissão marca o quarto dia do Congresso Eucarístico Internacional
Milhares de pessoas participaram da procissão eucarística na noite de quarta-feira, 13 de junho, ao redor da Royal Dublin Society, onde está acontecendo o 50° Congresso Eucarístico Internacional (CEI 2012, 10-17 de junho).
O cortejo desfilou pelas ruas da cidade entre orações, cantos, leituras do Evangelho e reflexões de Bento XVI, João Paulo II e do cardeal Newman. Aberta com uma Cruz, seguida pelo sino e os ícones do Congresso, a procissão se ‘coloriu’ com a presença da Brigada dos Jovens da Igreja da Irlanda, dos Escoteiros e Guias do país. Também participaram os membros da comunidade cristã indiana do rito sírio-malabarense residente na Irlanda. No centro da procissão, o ostensório foi levado à mão por quatro pessoas, seguidas por todos os bispos e cardeais presentes, pelos Cavalheiros do Papa, de Malta e do Santo Sepulcro.
Padre Robert Mann, sacerdote de uma paróquia de Dublin, destacou que “a perda de sentido do sagrado, que está dominando a nossa sociedade, pode ser revista com este Congresso e com sinais visíveis, como esta procissão. Precisamos de momentos semelhantes, em que caminhamos juntos e vivemos uma fé comunitária. Escondemos nossa fé durante muito tempo”.
Muitos jovens participaram da procissão, e entre eles, Christopher O’Dweyr, 19 anos, que se disse entusiasta do Congresso e da procissão, porque “são uma grande expressão de fé; finalmente se veem cristãos que não têm vergonha de mostrar publicamente sua crença”.
Vinte anos depois da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92), o Rio de Janeiro volta a ser o ponto de encontro para lideranças do mundo inteiro e sediará a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, entre os dias 13 e 22 de junho. Paralelamente a esse grande evento, de 15 a 23 de junho, acontecerá, no Aterro do Flamengo, a Cúpula dos Povos, numa oportunidade para tratar dos problemas enfrentados pela humanidade e demonstrar a força política dos povos organizados. Dentro dessa perspectiva, a arquidiocese do Rio de Janeiro, bem como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) marcam presença ao longo do evento propondo reflexões e debates sobre a integração do homem com o mundo à sua volta.
A Rio+20 também conta com a participação da Santa Sé, que enviou uma equipe para representar o papa Bento XVI. À frente dessa comitiva está o arcebispo de São Paulo (SP), dom Odilo Pedro Scherer. Para ele, esse será um grande desafio, uma vez que a presença da Santa Sé no evento representa a palavra da Igreja.
“É uma tarefa importante porque eu irei integrar e, ao mesmo tempo, chefiar a delegação da Santa Sé, que representa a palavra da Igreja, a posição da Igreja sobre as questões tratadas na Rio+20. No entanto, com grande honra, porque é a oportunidade de apresentar o pensamento da Igreja, que tem uma grande autoridade moral no conselho das nações. Embora o Vaticano seja um Estado pequeno, a sua representatividade é muito grande e importante no âmbito das nações”, disse o cardeal.
A primeira das atividades será no dia 15 de junho, na Tenda da Paz, no aterro do Flamengo, onde haverá uma mesa de diálogo sobre meio ambiente e justiça social.
Dom Odilo ressaltou a forte presença da Santa Sé em eventos promovidos pelas Nações Unidas e outros órgãos internacionais. “Ela tem se feito presente através do Observador Permanente da Santa Sé nas Nações Unidas e por isso também apresenta a Santa Sé em eventos como este, que é a Rio +20. “A Igreja tem um pensamento, um olhar próprio sobre todas essas questões, uma visão sobre o homem, uma visão sobre a economia, cultura, sobre a vida e assim por diante. Portanto, são oportunidades da Santa Sé, em nome da Igreja, de estar colocando a posição, a palavra da Igreja para ajudar a servir e iluminar, e isso faz parte da missão evangelizadora da Igreja”, concluiu.
Observador Permanente da Santa Sé nas Nações Unidas
Pela primeira vez no Rio de Janeiro e com participação ativa na Rio + 20, o Observador Permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, dom Francis Chullikatt, tem uma missão importante: destacar a pessoa humana e os problemas ecológico-sociais dos países mais pobres, que, segundo ele, muitas vezes não têm voz nas grandes conferências.
Junto com dom Francis, chegaram na última terça-feira, 12 de junho, três colaboradores: padre Philip J. Bené, padre Justin Wylie e o advogado Lucas Swanepoel, que já estão participando da 3ª Reunião do Comitê Preparatório, no qual se reúnem representantes governamentais para negociações dos documentos a serem adotados na Conferência.
Em entrevista para a WebTV Redentor, dom Francis Chullikatt falou sobre o papel da Igreja na Rio+20, destacando os três aspectos do desenvolvimento sustentável: a sustentabilidade econômica, social e ambiental.
“A Igreja é muito importante no desenvolvimento destes três aspectos. Relacionado ao aspecto econômico, sabemos que a Igreja Católica sempre se preocupa com os países pobres. Quando falamos do social, sabemos que a Igreja é totalmente envolvida no crescimento da situação social do mundo. O terceiro aspecto, o ecológico, pode-se destacar, aqui no Brasil, a preocupação com a proteção da Amazônia. Nós cuidamos da natureza, porque nós católicos acreditamos na preservação”, disse.
O Observador na ONU mostrou-se preocupado em trabalhar durante a Conferência, principalmente com os países pobres, já que a Rio+20 tem dois temas centrais: "A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza"; e "A estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável".
“Viemos mostrar especialmente aqueles que não têm voz, especialmente o povo dos países pobres. Defendemos a humanidade e as pessoas que têm a vida violentada pelo mundo. Temos que ter essa preocupação para a vida humana ser preservada”, acrescentou dom Chullikatt.
Até hoje, quinta-feira, 14 de junho, a cidade de Aparecida (SP) está sediando a 75ª Assembleia dos Bispos do Regional Sul 1 da CNBB, que leva a capital da fé, arcebispos, bispos e coordenadores diocesanos de Pastoral de várias dioceses do estado de São Paulo, além dos representantes dos Organismos ligados ao Regional.
O evento começou ontem no dia 12, no auditório da Pousada do Bom Jesus, com uma celebração de abertura presidida pelo presidente do Regional Sul 1, cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo.
Com temáticas relevantes sobre Palavra de Deus e a Missão da Igreja Hoje; 50 anos do Concílio Vaticano II; Sínodo sobre a Nova Evangelização e o Ano da Fé; Jornada Mundial da Juventude e Igreja e Sociedade, o evento reúne cerca de 120 participantes.
Para dom Pedro Carlos Cipolini, bispo de Amparo, “os bispos são os primeiros missionários anunciadores da Palavra. Juntamente com os presbíteros e diáconos, devem levar a Palavra e dar testemunhos dela”.
Dom Odilo Pedro Scherer, na exposição sobre o Ano da Fé, disse que “o povo quer manifestar claramente a sua fé, expor a sua fé, como ocorreu na Solenidade de Corpus Christi quando, mesmo com chuva, compareceu e testemunho a fé. Precisamos expor mais o conteúdo da nossa fé publicamente”.
Na exposição sobre os 50 anos do Concílio Vaticano II, dom Benedito Beni dos Santos, bispo de Lorena, disse que “uma grande contribuição do Vaticano II é a afirmação e ação de que a Igreja é a grande comunidade missionária. O Filho e o Espírito Santo são os grandes missionários do Pai”, e completou: “Assim como o sol ilumina a lua e esta reflete sua luz sobre a terra, assim também a Palavra de Deus ilumina a Igreja e esta reflete sobre os povos”.
Dom Antônio Carlos Altieri, bispo de Caraguatatuba e bispo referencial da Juventude no Regional, deu um recado aos jovens e aqueles que estão preocupados com a juventude: “Para o jovem de hoje, muito mais que aprender a fazer, é preciso aprender fazendo. Os clérigos precisam estar mais próximos dos jovens. Um dos grandes desafios é a transparência, o testemunho para que os jovens não se decepcionem”.
Dom Milton Kenam Júnior, bispo auxiliar de São Paulo, na exposição sobre a Igreja e a sociedade, falou sobre as reflexões que a 5ª Semana Social Brasileira, em vista de um Estado que queremos. Falou também da necessidade de presença da Igreja nos Conselhos Municipais, não só para marcar presença, mas para dar testemunho da Palavra ouvida e praticada.
Diante das últimas notícias publicas pela imprensa potiguar sobre o fato de que algum padre do clero natalense estaria disposto a participar, como candidato, nas próximas eleições municipais, o arcebispo de Natal (RN), dom Jaime Vieira Rocha, publicou uma nota sobre o assunto.
O arcebispo se fundamenta nas normas da Igreja, fundadas no Código de Direito Canônico.
Em um trecho da nota, dom Jaime adverte: "É de pleno conhecimento dos padres da arquidiocese de Natal as reiteradas exortações publicadas pelos bispos que nos precederam no governo da Igreja Católica no Rio Grande do Norte, nas quais deixam claro a posição dessa mesma Igreja vedando a participação ativa de qualquer padre em partidos políticos ou como candidatos no processo eleitoral".
O Projeto de Evangelização Catecismo Jovem foi criado há um ano por cinco seminaristas da arquidiocese de Florianópolis (SC), com o intuito de responder ao pedido do Santo Padre, o papa Bento XVI no prefácio do YouCat: “Formai grupos de estudo nas redes sociais, partilhai-o entre vós na internet. Permanecei deste modo num diálogo sobre a vossa fé”.
O projeto é subsídio de formação e estímulo do YouCat em todo o Brasil, para comunidades brasileiras em outros países e também para estrangeiros, que acompanham o trabalho e estudam o YouCat através da internet.
Os números surpreendem. Com uma estrutura composta por um site, Blog, Twitter, Facebook e SMS, as mensagens chegam diariamente a mais de 50 mil pessoas. Hoje, o projeto conta com uma equipe composta por 25 colaboradores, que auxiliam na manutenção do conteúdo em todas as redes.
Em virtude do crescimento do projeto, após um ano de atuação, os seminaristas apresentaram formalmente ao arcebispo de Florianópolis, dom Wilson Tadeu Jönck, a história do projeto, os resultados e planos futuros.
Como reconhecimento oficial, dom Wilson Jönk escreveu sobre a inovação do projeto: “É um caminho novo. Os jovens gostam e se identificam com este meio de comunicação. Creio que o conhecido princípio ‘o jovem evangeliza o jovem’ encontrou outro instrumento”, afirmou.
Dom Wilson então deu sua benção e sua aprovação. “Alegramo-nos com esta iniciativa e invocamos as bênçãos de Deus sobre este trabalho de evangelização”, afirmou o arcebispo.
Com este reconhecimento, o Projeto de Evangelização Catecismo Jovem dá passos para novas parcerias, principalmente em vista da Jornada Mundial da Juventude, que acontecerá no Rio de Janeiro, em 2013. O projeto também deverá ser enviado para a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), para apresentação oficial e reconhecimento da Igreja no Brasil.
No próximo dia 29 de junho, Solenidade de São Pedro e São Paulo, dom José Francisco Rezende Dias, arcebispo de Niterói (RJ), estará entre os arcebispos do mundo todo que receberão o Pálio das mãos do Santo Padre, o papa Bento XVI, na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
O Pálio é uma espécie de colarinho de lã branca, com cerca de cinco centímetros de largura e dois apêndices. Nele estão bordadas seis cruzes. É confeccionado com a lã de dois cordeirinhos, ofertados ao Papa por jovens romanas, no dia 21 de janeiro de cada ano, data da festa de Santa Inês. A lã posteriormente é tecida pelas monjas beneditinas do Mosteiro de Santa Cecília, em Roma.
Nos primeiros séculos da era cristã, o Pálio era usado exclusivamente pelos Papas. A partir do sexto século é que passou a ser usado também pelos arcebispos metropolitanos. Os pálios são abençoados pelo Papa e colocados sobre o túmulo do Apóstolo São Pedro, sobre o qual está o altar principal da Basílica Vaticana. No dia 29 de junho, os Pálios são dali levados para a celebração eucarística e colocados sobre o colarinho dos novos arcebispos.

No início de seu pontificado, o papa Bento XVI se referiu ao Pálio com as seguintes palavras: “tecido em lã pura, que me é colocado sobre os ombros (…), a lã do cordeiro pretende representar a ovelha perdida ou também a doente e frágil, que o pastor coloca sobre os ombros e conduz às águas da vida”. Afirmou ainda, “o pálio diz antes de tudo que todos nós somos guiados por Cristo (…), ao mesmo tempo convida-nos a levar-nos uns aos outros.” O simbolismo da lã pura sobre os ombros recorda o Bom Pastor que leva as ovelhas consigo e, as cruzes bordadas em lã negra lembram as chagas de Cristo e sua Paixão salvadora.
Cada ano cerca de 35 arcebispos do mundo inteiro recebem o pálio. Quando retornam para suas arquidioceses, levam não só o colarinho de lã que lhes foi imposto pelas mãos do sucessor de São Pedro, mas também o compromisso de traduzir nas atividades pastorais aquilo que esse tradicional sinal litúrgico representa, isto é, a fé em Jesus Cristo, Filho de Deus Salvador, o compromisso de imitar o Bom Pastor, que dá a vida por suas ovelhas, e a comunhão com a Sé Apostólica.

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