quarta-feira, 23 de maio de 2012

Instituto Nossa Senhora da Piedade: "O quibe no tabuleiro da baiana" foi a palestra de abertura da 10ª Semana Nacional de Museus

A professora/Ms Maria Luiza Silva Santos, do Departamento de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Santa Cruz, apresentou a palestra "O quibe no tabuleiro da baiana", na solenidade de abertura da 10ª Semana Nacional de Museus. O evento foi promovido, na tarde desta terça-feira(22) pelo colégio Instituto Nossa Senhora da Piedade (Ilhéus), este ano com o tema "A presença do imigrante árabe na obra de Jorge Amado e sua influência no desenvolvimento da região sul da Bahia”.
A 10ª Semana Nacional de Museus é uma programação do Instituto Brasileiro de Museus – IBRAM integrando o calendário da escola referente às comemorações do centenário do nascimento do escritor Jorge Amado. Após palestra, foi exibido vídeo e inaugurada a exposição,que estará aberta ao público até o dia 15 de junho, com fotografias de famílias de imigrantes que ajudaram a desenvolver o comércio de Ilhéus e região, com o mesmo tema. 
O trabalho da professora Maria Luiza é o resultado da sua dissertação apresentada, para obtenção do título de Mestre em Cultura & Turismo, à UESC. Nele, ela destaca que "os imigrantes sírios e libaneses chegaram ao Sul da Bahia, região do Cacau, ao final do século XIX e início do século XX, em função das crises políticas que ocorriam em seus territórios e atraídos pela perspectiva de progresso que se evidenciava nesta região. A cidade de Ilhéus recebeu muitos desses imigrantes que fizeram desse espaço o seu novo lar. Esse fenômeno migracional foi registrado por vários autores de origem regional e percebido pelas pessoas da região em função de hábitos e costumes diferenciados trazidos por esses povos."
A professora explica que "as assimilações aconteceram, os imigrantes de primeira geração passaram a segunda, terceira e quarta gerações deixando um legado significativo para a cidade principalmente no comércio e na gastronomia. A análise desse fenômeno, desenvolvida nesse trabalho através de depoimentos, é embasada pelos conceitos de Imigração, Turismo e Globalização, bem como de hibridismo, pluralismo e identidade que subsidiam a discussão, no sentido de propor uma reflexão quanto à utilização e aproveitamento dessas histórias registradas para enriquecer o turismo cultural da cidade."
"Ilhéus apostou no turismo para alavancar sua economia em detrimento das dificuldades por que passa a região devido à crise na cultura do cacau. Ilhéus, propagada por suas belezas naturais, pode ser atração também por sua cultura e mercado gastronômico, que é significativo tanto nas comidas regadas ao dendê como as de outras origens que se incorporaram à cultura local, a exemplo da culinária sírio e libanesa." conclui a professora Maria Luiza.
De acordo com a professora e gestora do Museu da Piedade Anarleide Menezes, “a palestra e o documentário é o passo inicial para o aprofundamento da pesquisa e a consequente valorização das famílias participantes, na exposição realizada pelo Museu.” 

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