quinta-feira, 26 de abril de 2012

Professora Carmelita defende a manutenção da soberania de Ilhéus

 Pré candidata a prefeita de Ilhéus pelo Partido dos Trabalhadores, professora Carmelita defendeu nesta quarta-feira (25) a manutenção da soberania de Ilhéus e condenou a tentativa de lideranças políticas de Itabuna de “esticar” os limites territoriais entre os dois municípios para próximo à sede regional da Ceplac, integrando empreendimentos como o Makro e o Atacadão à vizinha cidade. O assunto que parecia resolvido, ganhou novos contornos nos últimos dias. Itabuna protocolou novo pedido de anexação de território ilheense ao seu, definindo como marco as proximidades da Fazenda Primavera, contrariando as análises feitas por técnicos do Governo do Estado e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O assunto que até agora vinha sendo analisado tecnicamente, ganhará uma conotação política já que, a partir do pedido itabunense, caberá à Assembléia Legislativa, através de votação secreta, decidir quem está com a razão.

Durante uma sessão especial realizada nesta quarta-feira (25), professora Carmelita subiu o tom das críticas. “Já fizemos debates e discussões, apresentamos moções e documentos geográficos que comprovam o nosso direito. Não podemos esperar as coisas acontecerem para começar a se lamentar. Tudo que deveria ser feito pelos critérios técnicos foi feito. Se agora os critérios são políticos, queremos o apoio, sentar com os deputados baianos e dizer a eles que não queremos nada além do que já nos pertence de fato e de direito”, afirmou. A sessão reuniu a sociedade organizada de Ilhéus e contou com a presença das deputadas estaduais Ângela Sousa (PSD) e Fátima Nunes (PT), esta última, integrante da Comissão Territorial da Assembléia Legislativa.
Direito - “Não estamos pedindo terra de ninguém. O que não queremos - e não vamos - é perder o que já temos”, disse a deputada Ângela Sousa. Ela garante que o município não corre risco de perder esta significativa área para Itabuna. “Estou conversando com cada parlamentar da AL e eles me garantem que os direitos de Ilhéus estão resguardados”, afirmou. Para Fátima Nunes, a representação de Ilhéus neste debate, comandada pelo chefe de Gabinete da Prefeitura, José Nazal Pacheco Soub, elaborou uma defesa consistente sob o ponto de vista antropológico, geográfico e topográfico, com reflexos positivos no conteúdo científico e sociológico. “Por isso podemos dizer que a palavra de ordem é de que Ilhéus é nosso e ninguém vai nos tirar nada”, afirmou.
A deputada Fátima Nunes vai propor já na próxima quarta-feira (02), data da nova sessão ordinária na AL, a realização de uma Audiência Pública em Ilhéus para debater a Lei 12.057, de autoria do deputado João Bonfim. A lei dispõe sobre a Atualização das Divisas Intermunicipais do Estado da Bahia, já que um número significativo de municípios do Estado da Bahia sofre com problemas em seus marcos divisórios. Esta audiência, na opinião da presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do município, Enilda Mendonça, vai levantar a bandeira da cidade pelo sentimento do “pertencimento”. “Tenho medo de decisão política. Não sabemos quais os interesses políticos que estão por trás disso e que garantias teremos de que o resultado estará embasado na lei”, disse.
Para o vereador do PT, Alisson Mendonça, prefeitos de municípios que fazem divisa com Ilhéus estão cometendo “improbidade administrativa” para avançar sobre o território ilheense. Ele acusa prefeituras de implantar escolas em território de Ilhéus para atrair ilheenses e eleitores para o seu território. As condições geográficas de Ilhéus prejudicam este controle. O município possui 42 distritos e povoados e uma distância equivalente à uma viagem entre Ilhéus e Rio de Janeiro em estradas vicinais. Representada na sessão pelo presidente municipal do PSB, a senadora Lídice da Mata também enviou uma mensagem de apoio a Ilhéus. “Ilhéus e Itabuna são cidades-irmãs e elas se completam. Mas entendo que os territórios devam permanecer como estão”, leu a mensagem o vereador Alcides Kruschewsky.

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