segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Bahia terá lei obrigando adição de fécula de mandioca na produção de pães

Tramita na Assembléia Legislativa da Bahia um projeto de lei obrigando a adição de 10% de fécula de mandioca na farinha de trigo para produção de pães e massas. A iniciativa é da Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reformas Agrária do Estado (Seagri) e da Câmara Setorial da Mandioca, com sustentação técnica elaborada por especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Durante a abertura da 7ª Expomandioca, na quinta-feira (25) à noite, no município Santo Antônio de Jesus, o secretário estadual da Agricultura, Eduardo Salles, afirmou que a Bahia é o terceiro maior produtor nacional de mandioca, perdendo apenas para o Pará e Paraná, sendo que aproximadamente 99% são provenientes da agricultura familiar.
“Estudos realizados por especialistas provam que é possível adicionar até 25% de fécula de mandioca à farinha de trigo, sem alterar o gosto e sem qualquer prejuízo, mas adicionar 10% já será um grande avanço”, disse o secretário. A mandiocultura está presente nos 417 municípios da Bahia e emprega cerca de 220 mil pessoas. A aprovação da lei representará, segundo Salles, o aumento de 2,5 milhões de toneladas na produção de mandioca e a geração de mais 50 mil empregos.
Ele afirmou ainda que a Bahia se estruturou para produzir a fécula de mandioca, antes totalmente importada do Paraná. No município de Lage foi inaugurada a Coopamido, uma indústria de fécula e amido modificado. No município de Vitória da Conquista está em fase de teste para inauguração, nos próximos dias, a Coopasub Amido, uma fecularia da agricultura familiar
Economia e saúde - A Bahia começa a atender a demanda e, por isso, o projeto de lei propõe a introdução da fécula na massa do pão de forma gradual. “Começaremos com 2%, depois 4%, 6% e 8%. N quinto ano chegaremos a 10%”, explicou o secretário. “A Bahia consome 450 mil toneladas de trigo por ano. Com a introdução de 10% de fécula na massa do pão, deixaremos de importar 45 mil toneladas de trigo”.
De acordo com Joselito Mota, técnico da Embrapa especialista no assunto, a fécula de mandioca não contém glúten e atua como diluidor do glúten presente no trigo. Do ponto de vista econômico, o uso da fécula no pão representará a economia de R$ 100 a R$ 200 milhões por ano. “O Brasil importa 80% do trigo que consome, sangrando nossa economia em cerca de R$ 1 bilhão por ano.
Feira - Um dos maiores eventos do país e que mostra a força da cultura da mandioca, a feira reúne de milhares de pessoas e lideranças do setor. Em mais 300 estandes, os expositores apresentam as várias fazes da mandiocultura e os produtos derivados.
De grande importância para o estado, a mandiocultura foi selecionada com mais seis culturas consideradas prioritárias e incluída no Programa Estadual ‘Vida Melhor’, lançado há duas semanas pelo governador Jaques Wagner, em ato que contou com a presença da presidenta Dilma Rousseff. O programa envolve várias secretárias de Estado, coordenado pela Casa Civil

Nenhum comentário:

Postar um comentário