segunda-feira, 25 de julho de 2011

Porto de Ilhéus agoniza

O Porto de Ilhéus está na eminência de ser interditado em consequência da falta de vontade da Companhia das Docas do Estado da Bahia em realizar as obras de dragagem e investimentos na área de infraestrutura. O atual diretor presidente da Codeba, Sr. José Muniz Rebouças, ascendeu ao cargo na cota do vice governador (o eterno governista) Oto Alencar. O vice que também é secretário de Infraestrutura do Estado, e dizem, íntimo da TPC. Essa empresa, para quem não sabe, é a ponta privada do Porto de Aratú. 
A TPC foi criada em 2000, em Salvador, para atuar nas áreas portuária, aeroportuária e de logística geral e se consolidou como um dos maiores grupos do Brasil. 
Só recordando, a soja foi tirada do Porto de Ilhéus para ser embarcada por esse porto. 
O Sr José Muniz Rebouças só esteve em Ilhéus uma única vez, participou da reunião da Gestão Portuária, na Associação Comercial e nunca mais foi visto por aqui. 
É uma situação no mínimo estranha e complicada. O vice governador é próximo de uma empresa privada que opera no porto público de Aratu concorrendo com esse e os demais portos públicos da Bahia. O gestor da empresa responsável pela administração os portos públicos do Estado é indicada, portanto da confiança, do vice governador que é... Captou? 
Pois bem! O Porto de Ilhéus pode ser fechado inclusive para os cruzeiros. A profundidade do canal de evolução e área de atracação era de 10 metros, mas com o assoreamento está em torno dos 9. Para poder operar plenamente a sua profundidade deveria ter 14 metros. 
O pior, atualmente não adianta muito a dragagem apenas da bacia e canal, porque a área que fica na parte externa do Porto, entre o molhe do espigão e a Pedra de Ilhéus, já se transformou numa “praia” e essa areia está sendo jogada (aterrando) a bacia do cais de atracação. 
Os guindastes do Porto estão quebrados, parados, abandonados, sucateados. Houve um processo de canibalização de peças necessário para que, pelo menos um, pudesse funcionar. As máquinas de operação portuária em terra, também estão paradas, sem manutenção. Aliás, a Codeba não autoriza nenhuma manutenção no Porto de Ilhéus. Até os equipamentos de segurança, instalados na portaria, não estão funcionando a contento. 
O Porto, segundo os sindicatos e os seus operadores, mesmo com o imenso boicote, é viável. A Codeba nunca engoliu a idéia de um porto fora da capital concorrendo com os de Salvador (a Bahia deles é somente lá). Só o TPC.

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