segunda-feira, 11 de julho de 2011

Homenagens e espetáculo África Brasil marcam o 79º aniversário do Teatro Municipal de Ilhéus

Considerado um dos principais equipamentos para a cultura, o entretenimento e cidadania do interior no Norte e Nordeste do Brasil, o Teatro Municipal de Ilhéus recebeu centenas de pessoas neste último domingo (10) para comemorar seus 79 anos de fundação. Desde que foi inaugurado em 1932, ainda como Cine-teatro Ilheos, o TMI passou a ter participação ativa no lazer da população regional e na consolidação da cultura local. A data, que também comemorou seus 25 anos de recuperação e dois de revitalização do espaço, foi marcada por auditório lotado, entrega da homenagem Amigo do Teatro e apresentação do espetáculo África Brasil. 
O prefeito de Ilhéus, Newton Lima, acompanhado da primeira-dama Inês Tavares, e o presidente da Fundação Cultural de Ilhéus, Maurício Corso, abriram a noite com a entrega da homenagem “Amigo do Teatro”, que prestigiou todos os funcionários do TMI. Foram agraciados com a placa Jenilton Barbosa (bilheteiro), Josenildo Moura (Apoio Técnico), Maria Antônia Ferreira (Serviços Gerais), Maria do Carmo Barbosa (Serviços Gerais), Paulo Jorge Rosário (Iluminador), Walter Baraúna (Auxiliar e Apoio) e Zezito Faustino (Cenotécnico do Teatro). 
Também foram contemplados com a placa Amigo do Teatro a senhora Lindaura Maria Barreto Kruschewsky; a cantora Chica de Cidra – representada pelo cantor Chicco Assis; o artista plástico Carlos Alberto Alves de Moura (Makalé); o presidente do Grupo Afro MiniKongo, Atanagildo Ribeiro, e o coreógrafo ilheense – responsável pela montagem do espetáculo África Brasil – José Carlos Arandiba, o Zebrinha. Muito emocionado, Zebrinha falou da satisfação em voltar a Ilhéus à frente de um espetáculo de grande porte. “É uma grande satisfação poder estar em Ilhéus numa data tão importante para a cultura e para as artes, mostrando através da música e da dança, toda beleza das nossas raízes”. 
Outro ponto alto da noite foi a apresentação do espetáculo África Brasil. Criado e produzido pelo grupo Dilazenze e pelos coreógrafos Nara Couto, de Salvador e Zebrinha, que também assina a direção do espetáculo, o África Brasil contou com a participação de 18 bailarinos que participaram de uma oficina de dança coordenada por Zebrinha e por Nara Couto. Numa linguagem afro contemporânea expressada por movimentos rítmicos intensos e marcantes e acompanhada pela percussão do grupo Dilazenze, o África Brasil lembrou as pessoas que resistiram e lutaram pela preservação da cultura do Brasil. 
As coreografias foram intercaladas com a exibição de vídeos num grande telão onde outras coreografias foram exibidas. Para Zebrinha, o espetáculo explorou o potencial criativo e a forte presença africana no processo de formação da cultura brasileira. Já o bailarino Guto Pacheco lembrou o esforço empreendido nas oficinas. “Foram apenas cinco dias para ensaiar o espetáculo e, graças ao comprometimento de todos o resultado foi surpreendente”. Do auditório, o público acompanhou cada passo e cada batida da percussão do grupo Dilazenze com bastante entusiasmo. “Ilhéus está de parabéns por nos proporcionar uma noite tão especial” afirmou o autônomo Ivaldo Machado, turista do Distrito Federal, que trouxe toda a família para conferir o espetáculo. 
A programação de aniversário continua – As comemorações pelos 79 anos do TMI seguem durante todo o mês de julho. Entre os dias 18 e 21, a programação traz o espetáculo de dança “Os filhos dos contos”, sempre a partir das 19h30min. No dia 22 é a vez do TMI sediar a abertura da exposição do artista plástico Guido Lima, a partir das 21 horas e nos dias 23 e 24, o público infantil vai curtir a montagem do espetáculo Pinóquio, a partir das 17 horas. O novo espetáculo da Cia Baiana de Risos, “Baianidade baiana”, será apresentado nos dias 29 e 31, às 17 horas e a realização do III Festival de Música Gospel de Ilhéus, no dia 30, a partir das 19 horas, marca o encerramento da programação do 79º aniversário de Ilhéus. 
79 anos de história - O Cine Teatro Ilhéos foi inaugurado em 1932 e a partir de então teve participação ativa no lazer da população e na construção da cultura local. O terreno do teatro foi doado pelo então prefeito Eusínio Lavigne a um senhor de nome Celso Valverde Martins, para que ele fizesse a construção e usasse o empreendimento durante 30 anos. O cine-teatro funcionou regularmente até a década de 50, quando entrou em decadência. O prédio foi então arrendado, mudando o proprietário por duas vezes. No final da década de 50, o proprietário vendeu o terreno com o que restava do prédio ao coronel Antônio Olímpio da Silva. O advogado e ex-prefeito Antônio Olímpio Rhem da Silva, convenceu a sua família, que detinha a posse do prédio, a doá-lo para a prefeitura. O filho retornava então a casa. 
O teatro passou mais de 20 anos em completa ruína, até que na década de 1980 foi reconstruído e reinaugurado no dia 10 de julho de 1986, há exatamente 25 anos. Em 2009, sob a administração do prefeito Newton Lima, nova intervenção foi feita com uma reforma e revitalização que se faziam urgentes e necessárias. Hoje, o teatro cumpre seu papel na formação de público para teatro, estimula o desenvolvimento da vocação dos artistas regionais, além de receber estrelas de primeira grandeza, como Chico Anísio, Raul Cortez, Lucélia Santos, Elisabeth Savala, Vera Fischer, Baden Powell, Zizi Possi, o balé Teatro Castro Alves, bando de Teatro Olodum, entre outros. 



Nenhum comentário:

Postar um comentário