quinta-feira, 30 de junho de 2011

Notícias da CNBB

REFLEXÃO - Mt 8, 28-34
Apesar de toda evidência do amor de Jesus, existem pessoas que não o aceitam, e fazem isso porque consideram a aceitação de Cristo e de suas exigências como perda de algo a que estão apegados como uma verdadeira idolatria. Para os gadarenos, parece que é melhor ficar com os porcos, mesmo que seja com o diabo junto, do que aceitar um irmão resgatado e reconhecer a manifestação do amor salvífico de Deus. De fato, rejeitar Jesus em vista de algum bem material constitui-se em uma atitude diabólica, uma verdadeira idolatria.
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ACOMPANHE
"Devemos ser pastores para a unidade e na unidade". Com estas palavras o papa Bento XVI entregou hoje, 29, o pálio a 40 arcebispos de todo o mundo, entre os quais os brasileiros dom Murilo Sebastião Ramos Krieger (Salvador-BA), dom Pedro Brito Guimarães (Palmas-TO); dom Jacinto Bergmann (Pelotas-RS); dom Hélio Adelar Rubert (Santa Maria-RS); dom Pedro Ercílio Simon (Passo Fundo-RS); dom Sérgio da Rocha (Brasília-DF) e dom Dimas Lara Barbosa (Campo Grande-MS).
A celebração comemorou também os 60 anos de ordenação sacerdotal do papa. Na homilia, Bento XVI recordou sua ordenação e as palavras de Jesus “Já não sois servos, mas amigos” durante a cerimônia.
"Passados sessenta anos da minha Ordenação Sacerdotal, sinto ainda ressoar no meu íntimo estas palavras de Jesus, que o nosso grande arcebispo, o cardeal Faulhaber, com voz um pouco debilitada, mas firme, nos dirigiu, a nós novos sacerdotes, no final da cerimônia de Ordenação”, disse o papa.
“Segundo o ordenamento litúrgico daquele tempo, esta proclamação significava então a explícita concessão aos novos sacerdotes do mandato de perdoar os pecados. ‘Já não sois servos, mas amigos’: eu sabia e sentia que esta não era, naquele momento, apenas uma frase de cerimônia; e que era mais do que uma mera citação da Sagrada Escritura. Ele me chama de amigo. Acolhe-me no círculo daqueles que receberam a sua palavra no Cenáculo; no círculo daqueles que Ele conhece de modo muito particular e que chegam assim a conhecê-Lo de modo peculiar", acrescentou Bento XVI.
Na hora do angelus, o papa saudou os arcebispos de Angola e do Brasil que receberam o pálio.  “Saúdo os peregrinos de língua portuguesa, em particular os arcebispos de Angola e do Brasil a quem hoje impus o Pálio, com os familiares e amigos que os acompanham. À Virgem Maria confio as vossas vidas, famílias e dioceses, para todos implorando o precioso dom do amor e da unidade sobre a rocha de Pedro, ao dar a Bênção Apostólica”.
O pálio
Segundo o canonista e ex-assessor da CNBB, dom Hugo Cavalcanti, o pálio significa união com o papa, fidelidade ao magistério e encargo pastoral.
“O pálio entregue aos arcebispos tem estes significados sugestivos: um laço estreito de união com o Papa, Pastor universal visível do rebanho, e de fidelidade ao seu Magistério na Igreja. Foi Pedro, de fato, que recebeu de Jesus o encargo de ‘apascentar minhas ovelhas’’, explica o canonista.
“O pálio ainda é sinal do encargo pastoral entregue aos bispos; Jesus Cristo associa a si, neste suave jugo, os pastores postos à frente de cada uma das Igrejas particulares. É um ‘peso de amor’, também dito ‘ofício de caridade’ (amoris officium), que os bispos devem exercer em nome de Cristo”, acrescenta dom Hugo.
De acordo com o canonista, o pálio é também “sinal distintivo da responsabilidade própria do arcebispo metropolita no âmbito de sua província eclesiástica, na qual ele poderá usá-lo durante as celebrações da Liturgia. De fato, o Direito da Igreja reserva algumas funções próprias ao arcebispo metropolita, em função da unidade da fé e da viabilização da disciplina eclesiástica”.
Quando um arcebispo é transferido para outra arquidiocese, ele recebe novamente o pálio, conforme prescreve o cânon 473 § 3 do Código de Direito Canônico. “Como o pálio indica o poder de que está revestido o metropolita na própria província, trocando de província, recebe novo pálio, para identificar o poder naquela província nova”, esclarece dom Hugo. É o caso de dom Murilo Krieger e dom Sérgio da Rocha que eram arcebispos, respectivamente, de Florianópolis (SC) e Teresina (PI).
O arcebispo pode receber o pálio mesmo que ainda não tenha tomado posse na arquidiocese. “Não exige a tomada de posse [para receber o pálio], mas somente a provisão canônica, que é a nomeação para o ofício”, explica o canonista. Estão nessas condições os arcebispos de Campo Grande, dom Dimas Lara Barbosa (toma posse no dia 10 de julho) e de Brasília, dom Sérgio da Rocha (toma posse no dia 6 de agosto).
Sobre o uso do pálio, diz o cânon 437 § 2º do código de direito canônico: “De acordo com as leis litúrgicas, o metropolita pode usar o pálio em qualquer igreja da província eclesiástica a que preside, mas não fora desta, nem mesmo com o consentimento do bispo diocesano”.
"Leigos e leigas, discípulos e missionários de Cristo, comprometidos com a Vida no Planeta". Este foi o tema da 30ª Assembleia do Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB), reunida no último final de semana, dias 23 a 26, em Belo Horizonte (MG). Participaram da reunião 150 pessoas, vindas das 17 Regionais da CNBB, incluindo representantes de movimentos religiosos, pastorais, associações leigas e entidades filiadas ao CNLB.
Estiveram presentes, ainda, o presidente da Comissão Episcopal para o Laicato da CNBB e bispo de Araçuaí (MG), dom Severino Clasen; o presidente da Comissão para o Laicato do Regional Leste 2 e bispo diocesano de Patos de Minas (MG), dom Cláudio Nóri Sturm; o bispo emérito de Foz do Iguaçu (PR), dom Laurindo Guizzardi, e o bispo emérito de Catanduva (SP), dom Celso Queiroz.
Além de discutir a competência do CNLB, a 30ª Assembleia ofereceu momentos de partilha sobre os avanços e dificuldades da caminhada dos leigos e leigos na Igreja e na sociedade, com assessoria do padre Alfredo Gonçalves, conhecido como padre Alfredinho. Ele destacou pontos sobre a identidade da Igreja e a importância do laicato na atual conjuntura eclesial.
A assembleia terminou com uma peregrinação dos participantes ao Santuário Estadual Nossa Senhora da Piedade e missa presidida pelo arcebispo de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo.
A CNBB divulgou, nesta quarta-feira, 29, o quadro de seus assessores para o quadriênio 2011-2015. Os nomes foram confirmados pelo Conselho Permanente da Conferência, em sua reunião nos dias 15 a 17 de junho.
O novo quadro apresenta assessores que foram reconduzidos à mesma função exercida no quadriênio anterior, outros que mudaram de Setor ou de Comissão e os que assumem a assessoria pela primeira vez. Pelo menos seis Comissões ou Setores ainda aguardam a indicação de novos assessores.
Conheça a lista dos assessores da CNBB.
Assessores do Secretariado Geral:
Setor
Assessor
Diocese/Cidade
Subsecretário Adjunto Geral
Pe. Antônio Silva da Paixão*
Arquidiocese de Mariana, MG
Subsecretário Adjunto de Pastoral
Pe. Francisco Wloch***
Arquidiocese de Florianópolis, SC
Assessor Político
Pe. Geraldo Martins Dias**
Arquidiocese de Mariana, MG
Campanhas da Fraternidade e Evangelização
Pe. Luiz Carlos Dias*
Diocese de São João da Boa Vista, SP
Edições CNBB
Pe. Valdeir dos Santos Goulart*
Diocese de São João da Boa Vista, SP
Ecônomo
Francisco Julho de Souza*
Brasília
Assessores das Comissões Episcopais
Setor
Assessor
Diocese/Cidade
Ministérios Ordenados
Pe. Deusmar Jesus da Silva***
Diocese de Barretos, SP
Laicato: Setor Leigos
Antônio Geraldo Aguiar*
Lins, SP
Laicato: Setor CEBs
Sérgio Ricardo Coutinho*
Brasília, DF
Ação Missionária
Pe. José Altevir da Silva*
Congregação do Espírito Santo
Bíblico-Catequética
Maria Cecília Rover*
Goiânia, GO
Liturgia: Setor Liturgia
Pe. Hernaldo Pinto Farias*
Congregação do Santíssimo Sacramento
Liturgia: Setor Música Litúrgica
Pe. José Carlos Sala*
Diocese de Erexim, RS
Liturgia Setor Espaço Litúrgico
João Martins de Oliveira*
Salvador, BA
Ecumenismo
Pe. Elias Wolff*
Diocese de Lages, SC
Cultura e Educação: Setor Universidades
Ir. Maria Eugênia Lloris Aguado*
Fraternidade Missionária Verbum Dei
Cultura e Educação: Setor Cultura
Aroldo de Oliveira Braga*
São Paulo, SP
Juventude
Pe. Carlos Sávio Ribeiro da Costa*
Arquidiocese de Natal, RN
Juventude
Pe. Antônio Ramos do Prado*
Salesiano
Doutrina
Pe. Antônio Luiz Catelan Ferreira**
Diocese de Umuarama, PR
Comunicação
Ir. Élide Fogolari*
Sociedade Filhas de São Paulo - Paulinas
Caridade e Justiça
Pe. Ari Antônio dos Reis**
Arquidiocese de Passo Fundo, RS
Amazônia
Ir. Maria Irene Lopes dos Santos*
Carmelita Missionária de Santa Terezinha
Aguardam a indicação de assessores: Comissão Episcopal para Catequese, Comissão Episcopal para a Vida e Família, Instituto Nacional de Pastoral (INP), Assessoria de imprensa, Setores Ensino Religioso e Educação.
Uma missa de ação de graças hoje, 29, às 19h30, no Santuário da Medalha Milagrosa, em Uberaba (MG), marcará as comemorações dos 50 anos de ordenação sacerdotal do arcebispo de Uberaba, dom Roque Oppermann. O presidente da CNBB e arcebispo de Aparecida (SP), cardeal Raimundo Damasceno, confirmou presença.
São esperados para a celebração representantes das 56 paróquias da arquidiocese, 80 padres, além de seminaristas, diáconos permanente e familiares de dom Roque. A homilia será feita pelo bispo de Jacarezinho (PR), dom Antonio Braz Benevente, ordenado bispo por dom Roque.
O arcebispo jubilando é natural de São Vendelino (RS) completou 75 anos no último dia 19. Foi ordenado padre no dia 29 de junho de 1961 na cidade de Taubaté (SP), pela Congregação do Sagrado Coração de Jesus (SCJ). Em 1983 foi nomeado bispo para a diocese de Ituiutaba (MG), sendo transferido, em 1988, para a diocese de Campanha, também em Minas. Em maio de 1996 é nomeado arcebispo da Arquidiocese de Uberaba.
A cidade de Campina Grande (PB) sediará, de 4 a 8 de julho, o 5º encontro de  Formação Missionária para Seminaristas do Nordeste (V FORMISE). A reunião será no Seminário Diocesano São João Maria Vianney, localizado no bairro do Alto Branco.
A partir do tema central “Lançai as vossas vidas no caminho do Evangelho do qual brota a missão a serviço da vida" serão trabalhadas as temáticas: Espiritualidade missionária do seminarista diocesano; a formação intelectual do seminarista e a organização missionária do seminário.
Os assessores serão os padres André Vital, Dalmo Radimack da Silva (Arquidiocese da Paraíba), André Luiz Negreiros (Secretário Nacional da Infância e Adolescência Missionária) e Sávio Corinaldesi (Secretário Nacional da União Missionária e da Obra de São Pedro Apóstolo).
O Setor Juventude do Regional Nordeste 2 da CNBB (Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Alagoas) realiza, a partir de amanhã, 30, encontro regional para estudar o tema da Jornada Mundial da Juventude, “Enraizados e Edificados em Cristo, firmes na fé”. A Jornada acontece no mês de agosto, em Madrid, Espanha, e terá a participação de mais de dez mil jovens brasileiros.
O encontro terá a assessoria do Bispo Referencial da Juventude no Nordeste 2, dom Beranrdino Marchió, que falará sobre a evangelização da juventude. A Secretária do Setor Juventude da arquidiocese de Natal, Daniely Barbosa, falará sobre a Jornada Mundial da Juventude. Já o Secretário Regional do Setor, Luiz Adriano, juntamente com Daniely, abordará a questão da Comunicação no Setor Juventude.
Os jovens participarão no sábado, 2, da marcha contra a violência e o extermínio de Jovens, realizada no município de Monte Alegre (RN). O encontro termina no domingo, 3.
Análise da conjuntura, realidade da juventude latino-americana, Projeto Arquidiocesano de Evangelização, Conferência Nacional de Juventude. Estes foram alguns dos assuntos que estiveram na pauta da 9ª Assembleia da Pastoral da Juventude da arquidiocese de Mariana (MG), na semana passada, dias 23 a 26, na cidade de Senhora dos Remédios (MG).
Com o tema “PJ: Caminho e Missão” e o lema “Recalculando rotas, tocando em frente”, a assembleia reuniu 50 jovens e contou com a presença do arcebispo de Mariana, dom Geraldo Lyrio Rocha.
“O arcebispo foi recebido com muita alegria pela juventude, já que a 9ª Assembleia foi o primeiro evento oficial da Pastoral a contar com a sua participação”, conta Gilberto Mendes, da equipe de comunicação da PJ.
A assembleia definiu as atividades da PJ para os próximos três anos a partir de seis eixos ou frentes de intervenção: Formação, Participação Sociopolítica, Articulação, Comunicação, Assessoria e Nucleação.
Equipe Central
Os jovens definiram também a nova estrutura da coordenação arquidiocesana da PJ, chamada de Equipe Central. Será composta por um secretário, um articulador arquidiocesano, um assessor religioso, um assessor leigo, um representante de cada região pastoral da arquidiocese e um coordenador de cada frente de intervenção.
Para secretário, a assembleia elegeu Diego Nogueira, da cidade de Viçosa. Já para articuladora arquidiocesana foi escolhida a jovem Bruna Monalisa, de Ouro Preto.
Segundo Gilberto, um dos destaques da assembleia foi sua repercussão nas redes sociais. “Pelo twitter e orkut os comentários sobre a 9ª Assembleia não cessaram desde domingo. Aliás, um dos destaques da assembleia foi a cobertura realizada pela equipe Teias Marianas, que é responsável pela comunicação da PJ na arquidiocese. A equipe produziu três edições do telejornal Nona News disponíveis no youtube”, conta.
O Conselho Indigenista Missionário (Cimi), organismo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), lança amanhã, 30, às 15h, na sede da CNBB, o Relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil, referente ao ano de 2010. O secretário geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner, confirmou presença no evento, juntamente com o presidente do Cimi, dom Erwin Kräutler, além da coordenadora da pesquisa, Lúcia Helena Rangel.
Segundo o relatório, no ano passado, 92 crianças indígenas morreram por falta de cuidados médicos ou condições adequadas de saúde da mãe na hora do parto; 60 indígenas foram assassinados e outros 152 ameaçados de morte. Foram registrados 33 casos de invasões possessórias e exploração ilegal de recursos naturais disponíveis em terras indígenas.
Pelo terceiro ano consecutivo, o número de assassinatos registrado chega a 60. O Mato Grosso do Sul é campeão com 34 casos, o que representa 56% do total. O Estado possui a segunda maior população indígena do país.
Os índices de mortalidade infantil aumentaram 513% se comparados a 2009, quando foram registrados 15 casos, com 15 vítimas. Só o povo Xavante de Mato Grosso perdeu 60 crianças das 100 nascidas vivas. Todas vítimas de desnutrição, doenças respiratórias e doenças infecciosas.
“Tudo continua igual. Algumas ocorrências aumentam, outras diminuem ou permanecem iguais, mas o cenário é o mesmo e os fatores de violência mantêm-se, reproduzindo os mesmos problemas”, avalia a antropóloga, Lúcia Helena Rangel, coordenadora da pesquisa.
“Os indígenas continuam pregados na cruz, violentados e assassinadas, expulsos ou fraudados de suas terras ancestrais, reduzidos a párias da sociedade, enxotados como animais, tratados como vagabundos de beira de estrada, ou então confinados em verdadeiros currais humanos, sem mínimas condições de sobrevivência física e muito menos cultural”, disse o presidente do Cimi, dom Erwin Kräutler
A pesquisa
A pesquisa tem como fonte a imprensa escrita e virtual, rádios e veículos alternativos das mais diferentes cidades, bem como os registros sistemáticos efetuados pelas equipes do Cimi espalhadas pelos 11 regionais da entidade. São utilizados também relatórios policiais e do Ministério Público Federal. De acordo com coordenadora da pesquisa, os registros reproduzidos não esgotam todas as ocorrências acontecidas, mas indicam a tendência e as características dos ataques e ameaças que pesam sobre essa população.
Violência contra os povos indígenas: Tudo continua igual!
Constatação faz parte da publicação Relatório de Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil, que será lançado pelo Cimi, na próxima quinta-feira. Dados são referentes a 2010
Somente em 2010, 92 crianças morreram por falta de cuidados médicos ou condições adequadas de saúde da mãe na hora do parto. 60 indígenas foram assassinados, outros 152 ameaçados de morte. Mais de 42 mil sofreram pela falta de assistência à saúde e à educação, entre outras. Foram registrados 33 casos de invasões possessórias e exploração ilegal de recursos naturais disponíveis em terras indígenas.
Os dados apresentados pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) no Relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil -2010, comprovam que, entra governo, sai governo, a ocorrência de violências e violações de direitos contra os povos indígenas no Brasil continua igual. "Sim, tudo continua igual! Algumas ocorrências aumentam, outras diminuem ou permanecem iguais, mas o cenário é o mesmo e os fatores de violência mantém-se, reproduzindo os mesmos problemas", afirma a doutora em Antropologia pela PUC/SP, Lúcia Helena Rangel, coordenadora da pesquisa.
A publicação será lançada na próxima quinta-feira, 30 de junho, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), às 15h, com a presença do secretário geral da CNBB, Dom Leonardo Ulrich Steiner, da coordenadora da pesquisa, Lúcia Helena Rangel, do presidente e vice-presidente do Cimi, dom Erwin Kräutler e Roberto Antônio Liebgott, respectivamente, do conselho da entidade, e do colaborador Egydio Schwade, que durante muitos anos atuou junto ao povo Waimiri-Atroari, no Amazonas.
Tudo continua igual!
As ocorrências de violências e violações de direitos contra os povos indígenas não cessam. Mais uma vez, e pelo terceiro ano consecutivo, o número de assassinatos registrado chega a 60. A maioria ocorreu no Mato Grosso do Sul, com 34 casos, o que representa 56% do total. No estado, onde vive a segunda maior população indígena do país, mais de 53 mil pessoas, os direitos constitucionais desses povos são mais que ignorados.
Já no ano passado, por ocasião do lançamento deste mesmo relatório, só que com dados de 2009, a doutora em Educação Iara Tatiana Bonin, caracterizou a situação no MS como racismo institucional. Lúcia Helena Rangel aponta como genocídio, pois além de emplacar o maior número de assassinatos, o estado também registra a maior percentagem de tentativas de assassinatos e demais violações de direitos, como ameaças várias e lesões corporais dolosas.
Os 92 casos de violência contra o patrimônio deixam claro que a situação conflituosa vivida pelos indígenas brasileiros está intimamente ligada ao modelo desenvolvimentista adotado pelo país e a falta de acesso a terra. "Mais uma vez é preciso afirmar que o pano de fundo das violências cometidas contra os povos indígenas, bem como a violação de seus direitos, é o desrespeito à demarcação de suas terras. Morosidade na regularização de terras, áreas super povoadas, populações confinadas são, entre outras, as principais fontes de conflitos, mortes e desesperança", afirma Lúcia.
Os índices de mortalidade infantil também são alarmantes. Somente em 2010, 92 crianças menores de cinco anos morreram vítimas de doenças facilmente tratáveis. Um aumento de 513% se comparado a 2009, quando foram registrados 15 casos, com 15 vítimas. Entre os casos, um triste destaque para a situação desoladora do povo Xavante de Mato Grosso, que perderam 60 crianças das 100 nascidas vivas. Todas vítimas de desnutrição, doenças respiratórias e doenças infecciosas.
Por tudo isso, vale afirmar que a situação de violência contra os indígenas no país continua igual. "Continuam pregados na cruz os indígenas: violentados e assassinadas, expulsos ou fraudados de suas terras ancestrais, reduzidos a párias da sociedade, enxotados como animais, tratados como vagabundos de beira de estrada, ou então confinados em verdadeiros currais humanos, sem mínimas condições de sobrevivência física e muito menos cultural!, afirma dom Erwin.
Metodologia e propósito
A metodologia de pesquisa empregada é a mesma utilizada nos anos anteriores: toma-se como fonte a imprensa escrita e virtual, rádios e veículos alternativos das mais diferentes cidades, bem como os registros sistemáticos efetuados pelas equipes do Cimi espalhadas pelos 11 regionais da entidade. Além disso, as informações provêm de relatórios policiais e do Ministério Público Federal. De acordo com Lúcia, os registros reproduzidos não esgotam todas as ocorrências acontecidas, mas indicam a tendência e as características dos ataques e ameaças que pesam sobre essa população.
Assim, para evitar que a realidade de violência contra estes povos se torne algo banal, o Cimi explicita tais agressões para a população, aos organismos de defesa de direitos humanos - nacionais e internacionais - legisladores, juízes, autoridades. E, como afirma dom Erwin Kräutler, com este relatório o Conselho Indigenista Missionário quer mais uma vez afirmar seu compromisso com os povos indígenas no Brasil, na defesa de sua dignidade e de seus direitos inalienáveis e sagrados.
SERVIÇO:
Lançamento Relatório de Violência contra Povos Indígenas no Brasil - 2010
Quando: 30 de junho, às 15h
Onde: Sede da CNBB - Setor de Embaixadas Sul Qd. 801 Conjunto B - Brasília/DF
Informações: Cleymenne Cerqueira - 61. 2106-1667 ou 61. 9979-7059
Contato para imprensa internacional: Paul Wolters - 61. 2106-1666 ou 61. 9953-8959.
Os quatro Regionais do Sul da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) o chamado “Sulão”, mais o Regional Oeste 1 (Mato Grosso do Sul) divulgaram a carta-síntese do Curso para Animadores Missionários, que aconteceu em Florianópolis (SC) nos dias 22 a 26 e reuniu 57 animadores de 32 dioceses.
O encontro teve por objetivo promover a formação missionária para assessores e coordenadores dos diversos Conselhos Missionários dos Regionais. O texto chama a atenção para a mudança de época por que passa o mundo atualmente e destaca que a Igreja precisa rever as suas estruturas eclesiais para responder os desafios da época.
“As atuais estruturas eclesiais encontram dificuldades em responder aos desafios de mudança de época e de urbanização; precisam ser reavaliadas e, quiçá, melhor adaptadas”, sublinha a carta. Os participantes do Curso fizeram uma análise do contexto atual e identificaram alguns dados importantes que a Igreja precisa observar.
“O institucional deixou de ser referencial; a Igreja já não exerce mais força de orientação como já tivera; o cabedal científico e a racionalidade capitalista não conseguiram alcançar o progresso prometido; a Igreja, internamente, no passo que comporta a diversidade de posturas e atitudes também enfrenta a dificuldade de conjugá-las numa prática evangelizadora eficaz e salutar”.
A carta é concluída com alguns pontos que sugerem reavaliações para que a Igreja possa acompanhar as mudanças e continuar a exercer o seu papel profético e libertador. “Diante desta realidade, a Igreja precisa considerar a ação pastoral-missionária. Estimulando-a [...]”, conclui.
O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Raymundo Damasceno Assis, enviou mensagem de saudação ao papa Bento XVI pelos 60 anos de sua ordenação sacerdotal comemorados nesta quarta-feira, 29, festa dos apóstolos Pedro e Paulo.
Veja a íntegra da carta
Aparecida, 29 de junho de 2011
Beatíssimo padre,
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB se une a toda a Igreja, em ação de graças, pela celebração do 60º aniversário de ordenação sacerdotal de Vossa Santidade.
A CNBB louva e bendiz ao Senhor da messe pelo dom de sua vocação sacerdotal e pela sua generosa e incondicional resposta a este chamado, que culminou, pelo desígnio da Providência, com a eleição de Vossa Santidade para Supremo Pastor da Igreja.
Ao assegurar nossas preces, pedindo ao Espírito Santo que o ilumine e Nossa Senhora Aparecida o proteja no serviço à Igreja que o Senhor confiou a Vossa Santidade, peço respeitosamente a bênção apostólica para a Igreja no Brasil.
Com afeto filial,
Dom Raymundo Cardeal Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida, SP
Presidente da CNBB
O presidente da Comissão Pastoral da Terra (CPT), dom Landislau Biernaski, disse, em audiência na Câmara dos Deputados na tarde desta terça-feira, 28, que a impunidade e a violência no campo já são endêmicas no Brasil, e que “sem reforma agrária não haverá diminuição da violência no campo”. A audiência foi promovida conjuntamente pelas comissões de Constituição Justiça e de Cidadania (CCJ) e de Direitos Humanos e Minorias para discutir a impunidade dos crimes contra trabalhadores rurais.
Para dom Ladislau, os deputados e senadores têm responsabilidade pela realidade atual de crimes no campo porque o Congresso Constituinte não aprovou a limitação do uso da propriedade na Constituição de 1988. Segundo disse, no Brasil, cerca de 2% dos proprietários têm mais de metade das terras. Na Polônia, segundo ele, onde ocorreu a reforma agrária, 35% da população vivem da terra, enquanto no Brasil, apenas 18%. “Com essa imensidão, isso é incompreensível”, sustentou.
Dom Ladislau sustentou ainda que “grandes distorções, como a destinação pelo governo federal de mais de R$ 100 bilhões ao agronegócio e apenas 10% desse valor para os pequenos produtores, que produzem mais de 70% dos alimentos para os brasileiros”, contribuem para essa situação de violência.
Uma das autoras do requerimento para a realização do debate, a deputada Manuela D’Ávila (PCdoB-RS), ressaltou a necessidade de buscar soluções para o problema, pois “quando não há punição todos se sentem livres para agir como querem”.
O presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Gabriel Wedy, informou que dos 180 casos apurados no Pará sobre mortes no campo, apenas quatro resultaram em abertura de inquérito. Por isso, ele defende que a investigação seja conduzida sempre pela Polícia Federal, por contar com mais recursos e sofrer menos pressões dos grupos de poder locais, muitas vezes envolvidos nesses episódios.
Ele credita ser necessário institucionalizar o deslocamento diretamente para a Justiça Federal dos processos de mortes violentas ocorridas no campo. “Tenho certeza de que esse número vergonhoso de 98% de impunidade no Pará, com a federalização, temos a condição de acabar com a impunidade”.
Já o vice-presidente da Associação dos Magistrados do Brasil, Diógenes Hassam Ribeiro, criticou a possibilidade de federalização. “Entendemos que a melhor solução é dotar os estados de recursos públicos, humanos e materiais, e treinar as forças públicas para que essas medidas tragam benefícios para o combate a todos os tipos de delito, inclusive da violência no campo”.
De acordo com o juiz, a Justiça dos estados contou, em 2009, com 15 mil magistrados e gastou R$ 23 bilhões naquele ano. Já a Justiça federal, segundo disse, tinha 1.500 magistrados e gastou R$ 6 bilhões. Além disso, de acordo com Diógenes Ribeiro, “o número de julgamentos da Justiça estadual é muitas vezes superior à Justiça federal”.
Uma série de outras sugestões foram apresentadas durante o debate. O ouvidor agrário nacional, desembargador Gercino Silva, ponderou que há uma gama de motivos que explicam a violência na área rural e que, portanto, é preciso lançar mão de várias ações para acabar com o problema.
Combater a ocupação ilegal de terras, agilizar a regularização de áreas públicas na Amazônia Legal, organizar mutirões para os processos criminais, acelerar os inquéritos policiais, acabar com a extração ilegal de madeira e fortalecer e criar fóruns agrários nos estados do Norte são alguns exemplos que dão conta de que a solução é bastante complexa.
O bispo de Lins (SP), dom Irineu Danelon, foi o convidado da audiência pública realizada nesta terça-feira, 28, pela Subcomissão Temporária de Políticas Sociais sobre Álcool, Crack e outras Drogas, no Senado Federal, para ouvir a experiência de Movimentos Sociais na prevenção à dependência química. Ele, que representou a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), destacou esta luta pela vida como um objetivo pessoal e cobrou o apoio do governo para políticas de prevenção e tratamento de dependentes químicos.
Dom Irineu destacou que a Igreja, como uma grande "mãe",  jamais poderia se abster desse tema. "A droga é uma onda de óleo que invadiu todas as praias de todas as camadas sociais. É um fenômeno complexo e urgente", definiu.
Ele comparou os altos custos em presídios e presos - sem resultados efetivos - aos baixos investimentos com resultados positivos através das comunidades terapêuticas e clínicas de tratamento. "A construção de um presídio custa cerca de R$ 25 milhões. Com esse dinheiro, eu construiria umas 30 comunidades terapêuticas. A manutenção de cada uma delas custa cerca de R$ 15 mil, com resultados extraordinários", frisou.
Dom Irineu destacou o trabalho realizado pela Pastoral da Sobriedade, que ele coordena, e entregou exemplar do livro Programa Vida Nova, uma experiência de oito anos, ao senador Wellington Dias, presidente da Subcomissão. O bispo defendeu o apoio do governo federal  a instituições de tratamento de dependentes e se declarou chocado com a tentativa de liberalização da maconha. Para ele, o alcoolismo é outra "peste" a ser enfrentada pela sociedade.
O bispo insistiu que o trabalho da Pastoral da Sobriedade não é apenas recuperar o dependente químico dos vícios, “mas dar a ele a consciência de vida nova”. “O melhor remédio (para recuperar o dependente) é a acolhida, incluindo a acolhida de Deus. O amor é nossa terapia”, disse.
Dom Irineu, que estava acompanhado do padre Geraldo Martins, citou o Chile como modelo de prevenção às drogas, através do apoio ao esporte, música e educação de qualidade para todos. E propôs à Subcomissão conhecer as experiências em execução naquele país, o que foi prontamente aprovado.
Os senadores  Waldemir Moka (PMDB-MS), Ana Amélia (PP-RS) e Eduardo Amorim (PSC-SE) participam do debate.
Proposta
O presidente da Subcomissão, senador Wellington Dias (PT-PI), informou aos demais integrantes que a presidente Dilma Rousseff criou um grupo interministerial para que, em 30 dias, apresente uma proposta para facilitar o diálogo do governo com as comunidades terapêuticas voltadas ao combate às drogas.
Wellington Dias disse ainda que espera encerrar o ciclo de debates sobre dependência química em julho e iniciar em agosto a elaboração de uma proposta com base nos depoimentos colhidos nas audiências públicas realizadas.
O senador Magno Malta (PR-ES) também foi convidado para a audiência, para representar a Igreja Batista, mas não pode participar.
Audiências
Esta foi a oitava audiência pública da Subcomissão. Nesta terça, a Casdep aprovou a realização de um novo debate, desta vez para ouvir o juiz federal do Mato Grosso do Sul Odilon de Oliveira. Ele deverá explicar a destinação a ser dada aos bens apreendidos nas operações de tráfico de drogas e a possibilidade de destinação dos valores arrecadados para auxiliar nas medidas repressivas ao tráfico e ao consumo de substâncias causadoras de dependência química.
Também foi aprovado um requerimento para que a subcomissão faça duas visitas na Bahia: uma ao Centro de Estudos e Terapia do Abuso de Drogas (Cetad), da Universidade Federal da Bahia, e outra ao Centro de Atenção Psicossocial-Álcool e Drogas, em Salvador.
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