terça-feira, 29 de março de 2011

Conferencistas advertem assessores de imprensa para situações de crise e desafios do jornalismo institucional


“Desafios e conflitos do jornalismo institucional” e “Relacionamento com a imprensa em situações de crise institucional e política”. Foram com estes dois temas que, respectivamente, o professor da Universidade Católica de Brasília (UCB) João José Curvello e a jornalista da Globo News, Cristiana Lôbo, apresentaram no 4º Encontro de Jornalistas das Dioceses, Regionais e Organismos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que acontece em Brasília e reúne 54 jornalistas.

Para o professor, os jornalistas em assessorias de imprensa de organizações, devem se preocupar em encontrar caminhos para fazer uma ‘comunicação’ que seja acessada, entendida e garanta ao público ações a partir da comunicação difundida pelas organizações. “É preciso elaborar estratégias de comunicação para agregar valor às informações da instituição. A comunicação nesse contexto é fundamental na construção do sentido na sociedade e nos ambientes organizacionais, considerando os valores agregados”, disse.
Curvello explicou a estrutura das organizações na atualidade para dizer que elas funcionam inseridas no capitalismo e centradas na informação; segundo ele, ferramenta esta que viabiliza seu funcionamento. “As organizações são como teias, como engrenagens de uma máquina como bem retratou o filme de Chaplin, Tempos Modernos; são como o cérebro humano e toda a sua estrutura complexa; a comunicação está inserida em tudo isso e se torna um foco das instituições porque o capitalismo é centrado na informação que mobiliza a economia”, destacou o palestrante.
Agregar valor à informação foi um ponto bastante citado por Curvello. De acordo com ele a comunicação deve estar atenta à geração de sentido para a sociedade. “Se não agrega valor para a sociedade ao que se divulga, não faz sentido fazer comunicação na organização”, sublinhou. “Não é quem comunica que faz o sentido, mas o próprio processo comunicacional”. Completou.

O professor chamou ainda a atenção para a importância de se efetivar uma comunicação que fale a “língua” da comunidade para que possa ser entendida. Destacou a preocupação que o assessor de imprensa deve cultivar de colher desempenho, nível da efetividade e alcance da informação que se estabelece. “A maneira como uma organização conversa, condiciona as possibilidades de desempenho, sua viabilidade, seu êxito ou seu fracasso, que dependem de como se conduz a comunicação”.
Crise na instituição
 “Em situações de crise, o mais importante aos assessores de imprensa é manter a clareza e transparência ao falar com os jornalistas”, defendeu a jornalista da Globo News, Cristiana Lôbo, durante sua exposição sobre “O relacionamento com a imprensa em situações de crise institucional e política”. Ela afirmou também que a busca da linguagem da ‘comunidade’ deve ser uma inquietação constante dos assessores de imprensa.
A jornalista aconselhou os assessores de imprensa a observarem os acontecimentos em todos os níveis sociais e espaciais para que uma crise não venha a pegar a organização assessorada de surpresa. “Vamos observar o que acontece no mundo para que possamos resolver a crise local que também pode ser uma crise mundial. Não podemos ser pegos de surpresa com uma crise que estourou longe e chegou ao nível local”, alertou.
O desafio das assessorias de imprensa da Igreja hoje, disse ainda Cristiana Lôbo, “é circunscrever os problemas ao homem, não à Igreja, pois a Igreja é feita de homens que podem errar”. Lôbo apontou que, “não criar molduras para a crise pode ser o melhor caminho para gerenciar uma crise e, não seguir o caminho correto e depois voltar atrás pode aumentar os efeitos da crise”, advertiu.

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