quinta-feira, 17 de março de 2011

Alternativas de desenvolvimento são destaque do 2º dia do Simpósio de Mudanças Climáticas

A discussão sobre a influência direta da ação do homem sobre o meio ambiente e as conseqüências dessa ação para a vida no planeta não é recente. No entanto, somente a cerca de 10 anos começou-se a discutir no meio cientifico o conceito de mudanças climáticas. O termo, ainda novo, tem gerado longas e importantes discussões. Exemplo disso são os diversos eventos realizados em todo o país, quiçá no mundo, sobre a temática.
Desde o dia 14, acontece em Luziânia (GO), o 2º Simpósio Nacional de Mudanças Climáticas e Justiça Social, promovido pelo Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social (FMCJS), organismo vinculado à Comissão Episcopal Pastoral para a Caridade, Justiça e Paz, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O evento que se encerra hoje, com um ato público, discute temáticas relacionadas às principais causas e também conseqüências das mudanças climáticas na vida das populações de todo o mundo.
Na abertura das atividades de ontem, o sociólogo Ivo Poletto, coordenador do FMCJS, falou sobre a realidade encontrada durante suas viagens às diversas regiões do país. De acordo com ele, muito tem se ouvido falar que as mudanças climáticas de fato não existem. No entanto, especialistas em clima e os próprios agricultores, pescadores e demais trabalhadores que vivem diretamente dos frutos da terra, têm comprovado que seus efeitos têm aumentado, sendo perceptíveis a qualquer um.

Os principais efeitos das mudanças climáticas são: aumento da temperatura mundial, fenômeno conhecido como aquecimento global, gerado pelo aumento da poluição do ar, e que tem provocado o derretimento das calotas polares e o conseqüente aumento no nível de água dos oceanos; e a desertificação, que tem aumentado velozmente nas últimas décadas. Consequência de tais fenômenos são as enchentes e inundações, os furacões, as nevascas e a seca em diversas regiões do planeta.

Grande parte desses efeitos são causados pela ação do homem, criado sob o modelo de desenvolvimento capitalista, que visa o lucro crescente e incessante, exigindo cada vez mais produção e consumo. Diversas ações contribuem para isso, como a mineração; a invasão de territórios tradicionais e áreas de florestas para a construção de hidrelétricas e/ou pequenas centrais hidrelétricas; a agroindústria e as monoculturas de soja e cana de açúcar, que geram energia para empresas multinacionais, entre outras.

De acordo com dados publicados pelo Intergovenmental Panel on Climate Change ou Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), em 2007, há estreita relação entre a ação humana e o aquecimento global. Exemplos disso podem ser constatados em diversos eventos que têm se multiplicado nos últimos anos no Brasil, como a seca na Amazônia, que em 2010 foi mais intensa que a de 2005 ou anos anteriores.

Para Poletto, de acordo com estudos, se a situação continuar assim, a Amazônia será, em poucos anos, a região do país que apresentará os maiores índices de aquecimento, podendo, inclusive, ser transformada em uma área de cerrado. Com os rios secos não será possível seque a navegação e locomoção das diversas comunidades que vivem na região.

Ele ainda aponta que tais mudanças têm alterado de forma eminente a produção de frutas e sementes. “Os seres vivos vegetais estão sofrendo”, afirmou. Outra grande questão é a das migrações, que poderão ocorrer em massa na América do Sul por conta da falta de água nessa região, se a forma de consumo e aproveitamento desse bem não for alterada. “O grande problema é a construção de hidrelétricas e PCH’s, ou ainda, a transposição do rio São Francisco e a construção de centrais nucleares, que estão acontecendo no nordeste”, continuou.

De acordo com o sociólogo, as mudanças climáticas são eventos globais, mas também locais, decorrentes de ações pontuais em determinadas regiões. “O Brasil é um dos principais causadores desses problemas e será enquanto der continuidade ao desmatamento, em especial na Amazônia; aumentar a produção e uso de veículos automotivos, mesmo os movidos a álcool; aumentar a agropecuária química comandada pelo agronegócio, emissor em massa do óxido nitroso; e continuar devastando e poluindo área para expandir a mineração, que retira toda a cobertura vegetal e a vitalidade da área, poluindo rios e solo, entre outros”, disse Poletto.

Estima-se, de acordo com dados do IPCC 1996a, que 20% do incremento anual da emissão de gases do efeito estufa, como o óxido nitroso (N2O e óxidos de nitrogênio NOx), o monóxido de carbono (CO), o dióxido de carbono (CO2) e o metano (CH4), é atribuído ao setor agrícola, emitidos principalmente, pelas grandes empresas madeireiras, pecuaristas, mineradoras, petrolíferas, pelo reflorestamento industrial e pelo próprio governo, quando este financia e estimula as atividades destas e a atual política econômica mundial.

Ato Público

Dando encerramento ao 2º Seminário Nacional de Mudanças Climáticas e Justiça Social, promovido pelo Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social (FMCJF), acontece hoje, 16, a partir das 14h, um ato público com a presença de entidades que participam do simpósio e autoridades governamentais do país.

O ato será no Centro Cultural de Brasília (CCB), e estarão presentes Maria do Rosário Nunes, ministra-chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Gilberto Carvalho, ministro da secretaria geral da Presidência da República, Eduardo Delgado Assad, secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, e dom Pedro Luiz Stringhini, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Caridade, Justiça e Paz, da CNBB.

“A ideia de convidar os representantes do Estado tem como objetivo trazê-los para o debate sobre a perspectiva da construção de políticas públicas sobre mudanças climáticas. Além disso, os participantes também aprovarão uma carta-compromisso, em que se estabelecerão metas a serem cumpridas e ações concretas para combater o aquecimento global em território nacional”, destacou o coordenador do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social, o sociólogo Ivo Poletto.

A discussão sobre a influência direta da ação do homem sobre o meio ambiente e as conseqüências dessa ação para a vida no planeta não é recente. No entanto, somente a cerca de 10 anos começou-se a discutir no meio cientifico o conceito de mudanças climáticas. O termo, ainda novo, tem gerado longas e importantes discussões. Exemplo disso são os diversos eventos realizados em todo o país, quiçá no mundo, sobre a temática.

Desde o dia 14, acontece em Luziânia (GO), o 2º Simpósio Nacional de Mudanças Climáticas e Justiça Social, promovido pelo Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social (FMCJS), organismo vinculado à Comissão Episcopal Pastoral para a Caridade, Justiça e Paz, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O evento que se encerra hoje, com um ato público, discute temáticas relacionadas às principais causas e também conseqüências das mudanças climáticas na vida das populações de todo o mundo.

Na abertura das atividades de ontem, o sociólogo Ivo Poletto, coordenador do FMCJS, falou sobre a realidade encontrada durante suas viagens às diversas regiões do país. De acordo com ele, muito tem se ouvido falar que as mudanças climáticas de fato não existem. No entanto, especialistas em clima e os próprios agricultores, pescadores e demais trabalhadores que vivem diretamente dos frutos da terra, têm comprovado que seus efeitos têm aumentado, sendo perceptíveis a qualquer um.

Os principais efeitos das mudanças climáticas são: aumento da temperatura mundial, fenômeno conhecido como aquecimento global, gerado pelo aumento da poluição do ar, e que tem provocado o derretimento das calotas polares e o conseqüente aumento no nível de água dos oceanos; e a desertificação, que tem aumentado velozmente nas últimas décadas. Consequência de tais fenômenos são as enchentes e inundações, os furacões, as nevascas e a seca em diversas regiões do planeta.

Grande parte desses efeitos são causados pela ação do homem, criado sob o modelo de desenvolvimento capitalista, que visa o lucro crescente e incessante, exigindo cada vez mais produção e consumo. Diversas ações contribuem para isso, como a mineração; a invasão de territórios tradicionais e áreas de florestas para a construção de hidrelétricas e/ou pequenas centrais hidrelétricas; a agroindústria e as monoculturas de soja e cana de açúcar, que geram energia para empresas multinacionais, entre outras.

De acordo com dados publicados pelo Intergovenmental Panel on Climate Change ou Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), em 2007, há estreita relação entre a ação humana e o aquecimento global. Exemplos disso podem ser constatados em diversos eventos que têm se multiplicado nos últimos anos no Brasil, como a seca na Amazônia, que em 2010 foi mais intensa que a de 2005 ou anos anteriores.

Para Poletto, de acordo com estudos, se a situação continuar assim, a Amazônia será, em poucos anos, a região do país que apresentará os maiores índices de aquecimento, podendo, inclusive, ser transformada em uma área de cerrado. Com os rios secos não será possível seque a navegação e locomoção das diversas comunidades que vivem na região.

Ele ainda aponta que tais mudanças têm alterado de forma eminente a produção de frutas e sementes. “Os seres vivos vegetais estão sofrendo”, afirmou. Outra grande questão é a das migrações, que poderão ocorrer em massa na América do Sul por conta da falta de água nessa região, se a forma de consumo e aproveitamento desse bem não for alterada. “O grande problema é a construção de hidrelétricas e PCH’s, ou ainda, a transposição do rio São Francisco e a construção de centrais nucleares, que estão acontecendo no nordeste”, continuou.

De acordo com o sociólogo, as mudanças climáticas são eventos globais, mas também locais, decorrentes de ações pontuais em determinadas regiões. “O Brasil é um dos principais causadores desses problemas e será enquanto der continuidade ao desmatamento, em especial na Amazônia; aumentar a produção e uso de veículos automotivos, mesmo os movidos a álcool; aumentar a agropecuária química comandada pelo agronegócio, emissor em massa do óxido nitroso; e continuar devastando e poluindo área para expandir a mineração, que retira toda a cobertura vegetal e a vitalidade da área, poluindo rios e solo, entre outros”, disse Poletto.

Estima-se, de acordo com dados do IPCC 1996a, que 20% do incremento anual da emissão de gases do efeito estufa, como o óxido nitroso (N2O e óxidos de nitrogênio NOx), o monóxido de carbono (CO), o dióxido de carbono (CO2) e o metano (CH4), é atribuído ao setor agrícola, emitidos principalmente, pelas grandes empresas madeireiras, pecuaristas, mineradoras, petrolíferas, pelo reflorestamento industrial e pelo próprio governo, quando este financia e estimula as atividades destas e a atual política econômica mundial.

Ato Público

Dando encerramento ao 2º Seminário Nacional de Mudanças Climáticas e Justiça Social, promovido pelo Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social (FMCJF), acontece hoje, 16, a partir das 14h, um ato público com a presença de entidades que participam do simpósio e autoridades governamentais do país.

O ato será no Centro Cultural de Brasília (CCB), e estarão presentes Maria do Rosário Nunes, ministra-chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Gilberto Carvalho, ministro da secretaria geral da Presidência da República, Eduardo Delgado Assad, secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, e dom Pedro Luiz Stringhini, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Caridade, Justiça e Paz, da CNBB.

“A ideia de convidar os representantes do Estado tem como objetivo trazê-los para o debate sobre a perspectiva da construção de políticas públicas sobre mudanças climáticas. Além disso, os participantes também aprovarão uma carta-compromisso, em que se estabelecerão metas a serem cumpridas e ações concretas para combater o aquecimento global em território nacional”, destacou o coordenador do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social, o sociólogo Ivo Poletto.

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